“Se você está pensando um ano a
frente, semeie uma semente. Se você está pensando dez anos a frente, plante uma
árvore.” - Poeta Chinês, 500 aC.
Elas são bonitas em sua paz, elas são
espertas no seu silêncio. Elas sobreviverão enquanto nós viraremos poeira. Elas
nos ensinam e nós cuidamos delas.” – Galeain ip Altiem MacDunelmor
Introdução:
Humanos e árvores mantém, desde o surgimento dos
primeiros, uma relação que vai da veneração ao total desprezo. Olhando pelo
viés dos mitos, das grandes religiões e até da história, as árvores tem valor
intrínseco muito grande: no cristianismo, a Árvore da Vida e Árvore do
Conhecimento do Bem e do Mal, postas por
Deus no centro do Jardim do Éden exemplificam a importância das mesmas para os cristãos,
A figueira do figo comestível (Ficus
carica) é a primeira planta descrita na Bíblia, quando Adão se veste com
suas folhas, ao notar que está nu. Para as religiões africanas o Baobá, árvore
de uma plasticidade imensa tem representatividade sagrada e faz parte de vários
ensinamentos morais da região. Na
mitologia nórdica existia a mítica árvore da vida chamada de Yggdrasil. Sobre a sombra de um carvalho o rei inglês
João Sem Terra jura a primeira constituição da história. Na bandeira do Canadá
aparece a folha do Bordo, árvore típica da região. Pindorama, terra das palmeiras, era o nome
dado ao Brasil pelos índios que aqui
viviam. O nome do Brasil é em decorrência do pau-brasil, árvore comum, na
época, do descobrimento. Na Revolução Farroupilha, conta a história que
à sombra de um cipreste (o Cipreste
Farroupilha), na cidade de Guaíba, foram traçadas estratégias, pelos líder
farrapos, para a tomada de Porto Alegre, em 1835.
Desde a chegada dos europeus a terra brasilis nossas imensas florestas
vem fenecendo. Baseado em uma economia que visa a exportação (commodities)
os grandes biomas sofrem com o desmatamento. A destruição das florestas, aconteceram, acontecem e continuarão acontecendo se não forem, entre outras
medidas, realizados entre as novas
gerações um trabalho bem planejado de educação ambiental.
Objetivo:
Criar um projeto
para escolha da Árvore Símbolo de Jaguarão/RS
Através de um trabalho de
educação ambiental, fornecer subsídios
para os alunos da rede pública municipal,
conhecerem melhor nossas árvores nativas.
Metodologia:
Foi criada uma comissão com o propósito de reunir pessoas integrantes da comunidade jaguarense,
que tenham conhecimento sobre o tema proposto, quer na questão bibliográfica,
científica ou popular. A reunião foi
organizada pela Coordenação Pedagógica da Sala Verde, coordenada pela secretária
Municipal de Educação e Desporto Maria da Graça Souza. Cada integrante nomeou
de duas a três árvores nativas do município de Jaguarão.
Resultados: Foram escolhidas pela comissão as espécies que abaixo
passamos a descrever.
Açoita Cavalo
1 -Nome Científico: Luehea divaricata Mart. & Zucc.
2 - Família: Malvaceae (antiga Tiliaceae)
3- Distribuição geográfica no RS: No Rio Grande do Sul ocorre em
todas as formações florestais, exceto na floresta nebular (Sobral et al. 2006).
4 - Altura: De 5 a 25m, com tronco de 50-60 cm de diâmetro. Casca
rugosa de cor cinza-escuro.
5 - Flor: Róseas e amarelas, dispostas em inflorescências
multifloras terminais.
6 - Fruto: Cápsulas deiscentes, lenhosas, pubescentes com sementes
aladas.
7 - Tipo de folha: Simples, obovadas a oblongas.
8 - Margem do limbo: Dentada
9 - Filotaxia: Alterna
10 - Vetor de polinização: Abelhas (melitofilia) e beija-flores
(Ornitofilia)
11 - Síndrome de Dispersão: Anemocórica (vento)
12 - Informações ecológicas: Pioneira; desídua, heliófita. É característica
de matas ciliares e de galeria (florestas aluviais)
13 - Importância ecológica:
Flores melíferas visitadas por insetos e beija-flores. A espécie e
recomendada para controlar voçorocas; também no replantio e enriquecimento de
florestas ribeirinhas, em rio lagos ou reservatórios.
14 - Fenologia: Flores
durante o meses de dezembro/fevereiro. Frutos maduros de maio a agosto.
15 - Uso paisagístico: É recomendada para paisagismo em geral.
16 - Uso medicinal: Folhas e flores são usadas em forma de xarope e
são usadas no tratamento de laringites, bronquites, diarreia, fluxo vaginal, é
antiinflamatório e possuem efeitos hemostáticos e antirreumáticos. A resina da casca é usada para dar brilho e
embelezar os cabelos.
Outras utilidades: a
madeira, por ser flexível é muito utilizada em móveis vergados, coronha de
armas. Madeira de baixa resistência ao
ataque de organismos xilófagos.
Araçá
1 - Nome Científico: Psidium
cattleianum Sabine
2 - Família: Myrtaceae
3 - Distribuição geográfica no RS: No Rio Grande do Sul ocorre nos
campos rupestres da Campanha, Campos de Cima da Serra, Depressão Central,
Planalto e Serra do Sudeste (Sobral 2003).
4 - Altura: De 3 a 6 metros. Tronco tortuoso de 15 a 25 cm de diâmetro. Casca
pardo-amarronzada, descamante em
placas finas e irregulares.
5 - Flor: Axilares, sobre pedúnculos unifloros de 5-10 mm.
6 - Fruto: Baga globosa, glabra, coroada pelo cálice persistente. Existem fruto amarelos e vermelho.
7 - Tipo de folha: Simples, obovadas e coriáceas.
8 - Margem do limbo: Inteira
9 - Filotaxia: Oposta
10 - Vetor de
polinização: Abelhas (melitofilia) das subfamílias Meliponinae e Bombinae
(Apidae). Outros insetos como moscas e vespas também visitam as flores das
mirtáceas, poucas vezes atuando como polinizadores.
11 - Síndrome de Dispersão:
Zoocórica
12 - Informações
ecológicas: Planta perenifólia ou semidecídua, heliófita característica da
mata pluvial atlântica.
13 - Importância
ecológica: Planta ocorrente em
vegetação secundária. Indicada para
plantio em áreas degradadas
úmidas com finalidade de preservação permanente. Frutos consumidos por pássaros
(ex. jacú).
14 - Fenologia:
Floresce durante um longo período do ano, de junho a dezembro. Os frutos amadurecem de setembro até março.
15 - Uso paisagístico: Podes ser usada em projetos de pequenos
espaços. Tem bela forma e coloração
viva. Também atrai a fauna que se alimentam de seus frutos e folhas.
16 - Uso medicinal: Antidiarréico, anti-hemorrágico (intestinos). Antissética,
depurativa, digestiva, refrescante,
controladora da pressão arterial, sedativa, antioxidante, vermífuga,
diurética anti-herpética (tanto para o herpes labial quanto para o genital).
17 - Outras utilidades: Geleias e doces. Madeira ótima para serviços de tornearia;
para cabos de ferramentas e esteios.
Casca rica em tanino.
Anacauita
1 - Nome Científico: Schinus
molle L.
2 - Família: Anacardiaceae
3- Distribuição geográfica no RS: cresce na Depressão Central e
Serra do Sudeste (Sobral et al. 2006).
4 - Altura: De 4 a 8 metros,
com tronco de 25-35 cm de diâmetro, revestido por casca com ritidoma escamoso.
5- Flor: Inflorescências paniculadas terminais axilares; flores
amareladas, pouco vistosas, actinomorfas e diclamídeas.
6 - Fruto: Drupas globosas,
vermelhas.
7 - Tipo de folha: Composta, sem estípulas.
8 - Margem do limbo: Dentada
9 - Filotaxia: Alterna
10 - Vetor de polinização:
Abelhas e vespas
11 - Síndrome de Dispersão: Zoocórica.
12 – Informações ecológico:
Árvore perinifólia, heliófita e pioneira. É encontrada em beira de córregos e
rios.
13 – Importância ecológica: Usada na recuperação e expansão das
áreas florestais, pode crescer em solos
degradados. Os frutos são consumidos por pássaros.
14- Fenologia: Floresce de
agosto a novembro. Frutificação de dezembro a
janeiro.
15 - Uso paisagístico: Muito ornamental, podendo ser utilizada no paisagismo em geral. Devido ao seu pequeno
porte deve ser usada em ruas estreitas e sob redes elétricas.
16 - Uso medicinal: Azia, gastrite, febre, cistite, uretrite,
diarréia, blenorragia, tosse, bronquite, reumatismo, íngua, dor-de-dente, gota,
ciática. Em outros tempos, a aroeira foi utilizada pelos jesuítas que, com sua
resina, preparavam o " Bálsamo das Missões ", famoso no Brasil e no
exterior. Das folhas são extraídos um extrato antibacteriano.
17 - Outras utilidades: Madeira boa para moirões e esteios. A casca é empregada para curtir
couro, o córtex produz uma resina
impregnada de terebintina.
Butia Jataí
1 - Nome Científico: Butia
yatay (Mart.) Becc.
2 - Família: Arecaceae
3 - Distribuição geográfica no RS: No Rio Grande do Sul ocorre no
Litoral, na Depressão Central e na metade sul do Estado (Sobral et al. 2006).
4 – Altura: De 3 a 8 metros. Caule solitário. Diâmetro
de 24 a 36 cm.
5 – Flor: Inflorescência
6 – Fruto: Ovóides, alaranjados, amarelos a amarelo-avermelhados.
Mesocarpo carnoso e adocicado.
7 - Tipo de folha: Composta
8 - Margem do limbo: Inteira
9 - Filotaxia: Alterna
10 - Vetor de polinização: (Hymenoptera:
abelhas, vespas e formigas; Diptera: moscas
e mosquitos; Coleoptera: besouros e Lepidoptera: borboletas).
11 - Síndrome de Dispersão: Autocoria ; Zoocoria
12- Informação
ecológica: Ocorre principalmente em campos de solos secos e arenosos, sendo tolerante à seca e a geada. Necessita muita luz.
13 – Importância ecológica: Os
frutos são muito apreciados pela fauna.
14 – Fenologia: Floresce e
frutifica na primavera e verão.
15 - Uso paisagístico: É usado no paisagismo em geral.
16 – Uso medicinal: Vermífuga.
17 – Outras utilidades: De seus frutos, alaranjados, se faz geleia,
licor, cachaça e vinagre, e das sementes, comestíveis, se extrai óleo. Possui
potencial para ser cultivado com fins comerciais, principalmente levando em
conta a exploração da polpa dos frutos, que pode ser consumida ao natural ou na
forma de sorvete, suco, licor e doce. As folhas são utilizadas para cobrir
ranchos, fabricar cestas, chapéus e outras obras trançadas, ou para obter crina
vegetal, de largo emprego em colchões e obras de estofaria (Reitz et al.,1988).
Corticeira-do-banhado
1 - Nome Científico: Erythrina crista-galli L.
2 - Família: Fabaceae-Faboideae (ex Leguminosae).
3 - Distribuição geográfica no RS: No Rio Grande do Sul habita
locais muito úmidos, em florestas ribeirinhas e várzeas inundáveis (Sobral et
al. 2006).
4 – Altura: De 6 a 10 metros; tronco tortuoso de 30 a 40 cm de
diâmetro, revestido por casca pardacenta com ritidoma suberoso e escamoso.
5 – Flor: Rosa ou vermelha, bissexuais, dispostas em racemos
terminais e axilares.
6 – Fruto: Vagens deiscentes e
negras.
7 - Tipo de folha: Composta.
8 - Margem do limbo: Inteira.
9 - Filotaxia: Alterna.
10 - Vetor de polinização: Abelhas da família Apidae (Trigona
spinipes e Apis mellifera), moscas
(Muscidae), formigas (Formicidae), vespas (Vespidae) e besouros (Chrysomelidae).
As flores também foram visitadas por beija-flores da família Trochilidae
(Chlorostilbon aureoventris). (Costa e Morais, 2008).
11 - Síndrome de Dispersão: autocórica e zoocórica.
12- Informação ecológica: Planta decídua, heliófita e pioneira.
13 – Importância ecológica: Flores muito procuradas por abelhas. Em
estado natural são cobertas por orquídeas (principalmente Cattleyas) e outras
epífitas.
14 – Fenologia: Floração de setembro a dezembro. Frutificação de
janeiro a fevereiro.
15 - Uso paisagístico: Bastante ornamental quando em flor, prestando-se muito bem
para plantio em parques e jardins
uma vez que também se desenvolve em terrenos secos.
16 - Uso medicinal: A
água colocada em cocho feito de tronco
verde cura a bouba de aves domésticas.
17 – Outras utilidades: A
madeira presta-se para confecção de
boias e boias.
Coronilha
1 - Nome Científico: Scutia
buxifolia Reissek
2 - Família: Rhamnaceae.
3 - Distribuição geográfica no RS: No Rio Grande do Sul ocorre em
floresta com araucária, florestas ribeirinhas na Serra do Sudeste e no Litoral
Sul (Sobral et al. 2006). Ocorre também ocasionalmente na Depressão Central e é
frequente em certas regiões elevadas da Serra do Sudeste.
4 – Altura: Entre 3 a 7 metros, espinescentes, de ramos novos
angulosos. Tronco tortuoso de 20 a 30 cm.
5 – Flor: Axilar, solitárias
ou em pequenos fascículos sésseis de 2-5.Cor
amarelo-esverdeadas, hermafrodita, pequenas.
6- Fruto: Cápsulas globosa-triangular, preto, com até 7 mm de
diâmetro.
7 - Tipo de folha: Inteira.
8 - Margem do limbo: Inteira.
9 - Filotaxia: Oposta.
10 - Vetor de polinização: Por pássaros.
11 – Síndrome de Dispersão: zoocórica.
13 – Informação ecológica: Pioneira.
Ocupa solos úmidos e matas ciliares.
Planta semidecídua e heliófita.
14 – Fenologia: Floresce de outubro a dezembro. Frutificação de
janeiro a março.
15 - Uso paisagístico: Indicada para uso em parques e parques.
16 - Uso medicinal: A tintura
de sua casca é usada como tônico
cardíaco e, juntamente com as folhas, como hipotensora e diurética.
17 – Outras utilidades: Madeira muito boa para moirões e esteio. A casca possui matéria tintorial.
Chal-chal
1 - Nome Científico: Allophylus
edulis (A.St.-Hil. et al.) Hieron. ex Niederl.
2 - Família: Sapindaceae
3 - Distribuição geográfica no RS: Ocorre em todas as formações florestais
(Sobral et al. 2006).
4 – Altura: De 6 a 20
metros. Tronco de 15 a 30 cm de diâmetro com casca com ritidoma
escamoso.
5 – Flor: Flores
esbranquiçadas, dispostas em axilares curtos.
6 – Fruto: Tipo drupa, globosa, vermelha de polpa adocicada.
7 - Tipo de folha: Trifoliolada.
8 - Margem do limbo: Recortada.
9 - Filotaxia: Alterna.
10 - Vetor de polinização: Abelhas.
11 - Síndrome de Dispersão: Zoocórica.
12 – Informações ecológicas: Planta semidecídua. Pioneira.
Comum no interior de matas primárias
situadas em solos úmidos.
13 – Importância ecológica: Flores melíferas. Frutífera para
humanos e animais.
14 – Fenologia: Variável
conforme a região. Floração de junho a novembro. Frutificação de novembro a
dezembro.
15 - Uso paisagístico:
Espécie ornamental, pode ser usada em ruas e praças.
16 - Uso medicinal: A
infusão das folhas é utilizada na medicina popular contra problemas hepáticos,
febre, hipertensão, disenteria, icterícia, inflamações da garganta e afecções
digestivas e intestinais. Externamente o decocto das folhas serve para limpeza
de ferimentos.
17 - Outras utilidades: A
madeira é própria para marcenaria, esteios e
mourões. Os frutos são
comestíveis, doces e de sabor agradável, e podem servir de base para o preparo
de sucos, licores, polpa congelada e também de bebida vinosa por fermentação,
denominada “chicha”, sendo preparado com milho e consumida desde os índios
peruanos até Buenos Aires e Sul do Brasil. Apesar da pequena dimensão dos
frutos, a frutificação é abundante, e de fácil coleta. Quando bem maduros, a
polpa pura pode ser consumida da mesma forma que o açaí-do-Pará, misturada com
mel, granola ou outros produtos. KINUPP (2007, p. 362), diz que as sementes,
após torradas e salgadas, são também alimentícias, possuindo um sabor
delicioso, provindo daí o nome popular de quebra-queixo. É também planta
melífera. Espécie indicada para plantio em recuperação de áreas degradadas e
matas ciliares, pelo abundante alimento que fornece para a fauna. As folhas podem ser utilizadas como forragem.
Erva de Bugre
1 - Nome Científico: Casearia
sylvestris Sw.
2 - Família: Salicaceae (antiga Flacourtiaceae).
3 - Distribuição geográfica no RS: No Rio Grande do Sul é presente
em todas as formações florestais (Sobral et al. 2006).
4 - Altura: De 4 a 6 metros. Tronco de 20 a 30 cm de
diâmetro, revestido por casca com ritidoma subescamoso e estriados.
5 - Flor: Flores branco-amareladas, de cerca de 0,3 cm de
diâmetro, pentâmeras e hermafroditas.
6- Fruto: Tipo cápsula,
tri-valvar, globoso de até 3,5 mm de diâmetro de cor avermelhado-purpúreo.
7 - Tipo de folha: Inteira
8 - Margem do limbo: Dentada
9 - Filotaxia: Alterna
10 - Vetor de polinização: Abelhas
11 - Síndrome de Dispersão: Zoocórica
12 – Informação ecológica:
Planta perenifólia, heliófita e pioneira.
13 – Importância ecológica:
Os frutos são consumidos pela
avifauna, e as flores são visitadas por insetos, principalmente abelhas. É uma
das poucas espécies florestais melíferas de inverno.
14 – Fenologia: Variável conforme a região. Floração de julho a
agosto. Frutificação de setembro a novembro.
15 - Uso paisagístico: É ótima para ruas estreitas sob redes
elétricas.
16 - Uso medicinal: Na
medicina popular é recomendada como anti-inflamatória, amarga, vulnerária,
cardiotônica, diurética, antiartrítica, hemostática, anestésica tópica,
afrodisíaca, antipirética, eupéptica, antidiarréica, hipoglicemiante,
hipotensora, antimicrobiana, calmante, diaforética, antiespasmódica, tônica,
desintoxicante, cicatrizante, anti-reumática, depurativa, anti-séptica,
anti-úlcera e anti-viral na herpes labial, e também no tratamento da sífilis,
colesterol, alergias, úlceras estomacais, febre, inflamações, diarréias, dores
no peito e no corpo, reumatismo, paralisia, inchaço das pernas, aftas, sapinho,
dores de dentes, pneumonia, flores brancas, picada de insetos, prurido,
verminoses, má circulação, gripes, afecções do fígado, da bexiga e dos rins,
coceiras, hidropisia, sífilis e moléstias da pele como úlceras dérmicas, eczema
e sarna. Há comprovações de que tanto o chá como o suco das folhas têm ação
antiofídica. Popularmente as folhas são postas em garrafas com álcool ou
aguardente, como remédio caseiro antiofídico. É comum também os criadores de
gado utilizarem as folhas desta planta para a expulsão da placenta pós-parto
nos animais. Utiliza-se também para dar banhos em cães com sarna. É uma das 71
plantas medicinais selecionadas pelo Ministério da Saúde como sendo de
interesse ao SUS. É conhecida também por “erva-de-lagarto” deve-se ao fato de que os
lagartos Teiú, quando picados por cobras, procuram esta planta, onde encontram
o antídoto do veneno ofídico
17– Outras utilidades: Usada na marcenaria e trabalhos de tornearia.
Figueira-da-folha-miúda
1 - Nome Científico: Ficus organensis (Miq.) Miq.
2 - Família: Moraceae
3 - Distribuição geográfica no RS: No Rio Grande do Sul ocorre na
floresta atlântica, na encosta meridional da Serra Geral e na floresta da
encosta da Serra do Sudeste (Sobral et al. 2006).
4- Altura: De 10 a 25
metros. Copa frondosa; tronco curto e canelado com sapopemas basais, com 60 a
90 cm de diâmetro, com casca quase lisa, de cor acinzentada.
5 – Flor: Inflorescência
axilares do tipo sicônio (figo); as flores unissexuais pequenas em seu
interior.
6 – Fruto: Aquênio (figo globoso).
7 - Tipo de folha: Inteira.
8 - Margem do limbo: Inteira.
9 - Filotaxia: Alterna.
10 – Vetor de Polinização: Vespas
11 - Síndrome de Dispersão: Zoocórica
(pássaros e morcegos).
12 – Informações ecológicas: Planta pioneira, heliófita.
13 – Importância ecológica: Simbiótica com vespas de Blastophaga. É
muito importante para a fauna em geral. Serve de suporte para várias epífitas
(forófito) como orquídeas, bromélias, cactos e samambaias.
14 – Fenologia: Floresce o frutifica durante todo o ano, mais
abundante no inverno.
15 - Uso paisagístico: Uso em paisagismo de grandes espaços.
16 - Uso medicinal: X
17- Outras utilidades: Das raízes tubulares (sapopemas)
retiravam-se segmentos para confecção de gamelas.
Jerivá
1 - Nome Científico: Syagrus
romanzoffiana (Cham.) Glassman
2 - Família: Arecaceae
3 - Distribuição geográfica no RS:
No Rio Grande do Sul é comum em todas as formações florestais, exceto na
floresta com araucária (Sobral et al. 2006).
4 – Altura: Árvore monóica
de 10 a 25 m de altura, possui estipe único, anelado.
5 – Flor: As flores agrupam-se em inflorescências, protegidas por
um tegumento acanoado, e medem entre 1,2 e 1,6 m de comprimento. A espádice
(cacho) mede de 80 a 120 cm de comprimento.
6 – Fruto: Os frutos do jerivá são lisos, carnosos,
amarelo-alaranjados e com polpa fibrosa.
7 - Tipo de folha: Raque.
8 - Margem do limbo: Inteira.
9 - Filotaxia: X
10 - Vetor de polinização: Abelhas.
11 - Síndrome de Dispersão: Zoocórica.
12 – Informação ecológica: Planta perenifólia; heliófita.
13 – Importância ecológica: Os frutos do jerivá são avidamente
procurados por várias espécies de animais, como aves, peixes, lagartos e
graxains, e as flores costumam ser muito procuradas por toda classe de insetos,
o que a torna de extrema importância na recuperação de áreas degradadas.
14 – Fenologia: Floresce quase o ano todo, mas com uma maior
intensidade em setembro a março; os frutos amadurecem em fevereiro a agosto.
15 - Uso paisagístico: Atualmente
vem sendo muito utilizado em paisagismo, na arborização de jardins e praças. É
muito decorativa e possui um belo efeito paisagístico. Como seu sistema de
raízes é pouco profundo, pode ser transplantada mesmo depois de adulta.
16 - Uso medicinal: Na medicina popular, é utilizado como
diurético, contra a diarréia, amarelão e problemas de rins. O chá da casca e da
flor, ou do suco dos frutos, é usado como vermífugo. Os índios guarani utilizam
a infusão das raízes para combater a dor de dentes.
17 - Outras Utilidades: Dos frutos extrai-se óleo, cujos ácidos
graxos aí presentes fornecem matéria prima para a fabricação de sabão. As sementes
podem ser utilizadas para confecção de produtos artesanais. As fibras podem ser
aproveitadas na confecção de roupas, redes e outros artigos. É muito comum, em épocas de estiagem, que
suas folhas sejam utilizadas como forragem, a qual é muito apreciada,
principalmente pelos eqüinos. Os frutos são muito apreciados pelos porcos, e
constituem ótima ração. Na alimentação humana O fruto do jerivá é comestível, e
sua polpa é doce e saborosa. Os frutos podem ser fervidos, e o suco extraído
serve para fazer geléias e sucos. As amêndoas das sementes também são
consumidas in natura e muito apreciadas, podendo ainda ser usadas como fonte de
óleo ou farinha. As folhas desta palmeira ainda são muito utilizada pelos
indígenas como cobertura das casas. E em áreas rurais são também utilizadas
para cobrir galpões de fumo ou como forragem em épocas de seca. Os índios
Guaranis de Misiones, Argentina, utilizam o tronco desta espécie para a
confecção de tambores, e as fibras das folhas jovens servem para a confecção de
instrumentos musicais de corda. Na língua guarani é conhecida como pindo ete, por isso no Uruguai e na
Argentina esta palmeira é denominada como pindó.
Tarumã
1 - Nome Científico: Vitex montevidensis
Cham.
2 - Família: Lamiaceae (antiga
Verbenaceae).
3 - Distribuição geográfica no RS:
No Rio Grande do Sul ocorre em todas as formações florestais, à exceção
da floresta com araucária (Sobral et al. 2006).
4 – Altura: De 5 a 25 metros. Tronco de 40-60 cm de diâmetro, revestido por casca
escamosa pardo-acinzentada, soltando placas longas.
5 – Flor: Flores hermafroditas, pentâmeras, roxo-azuladas.
6 – Fruto: Do tipo drupa, globoso, violáceo, quase negro.
7- Tipo de folha: Composta
digitada.
8 - Margem do limbo: Dentada.
9 - Filotaxia: Oposta.
10 - Vetor de polinização: Abelhas.
11 - Síndrome de Dispersão: Zoocórica.
12 – Informação ecológica: Secundária inicial a secundária tardia.
Decídua, heliófila e indiferente às condições físicas do solo. É
particularmente comum nas regiões úmidas próximas aos rios do planalto. Se
regenera em áreas abertas, bordas e clareiras da floresta.
13 - Importância ecológica: Espécie indiferente as condições físicas do solo. É
adequada para plantio em áreas degradadas.
14- Fenologia: Floração: outubro-dezembro; frutificação: fevereiro-abril.
15 - Uso paisagístico: É ornamental, podendo ser utilizada tanto em
paisagismo como em arborização urbana.
16 - Uso medicinal: É utilizada como depurativo do sangue, tônica e
febrífuga, sendo também usada como anti-afrodisíaca, antiulética, contra ácido
úrico, hipertensão, sífilis, doenças da pele, inflamações da bexiga e do útero,
hemorróidas e dores reumáticas. O chá da casca é usado no tratamento de
reumatismo e dermatoses. Possui também
ação comprovada como anti-hiperglicêmica em animais. A análise bromatológica
demonstrou que é uma boa fonte de cálcio e cobre se utilizada na alimentação
humana.
17 - Outras utilidades: Os frutos, quando colhidos e consumidos,
possuem um sabor amargo, porém, quando recolhidos do chão, ou colhidos e
deixados para amadurecer, possuem um sabor muito adocicado e de consistência
macia. Podem também ser preparados em conserva, do mesmo modo que a azeitona, e
é por isso é chamada azeitona-brava.
Servem também de alimento para a fauna, como macacos, pássaros e outras
espécies, podem também ser utilizados como isca para algumas espécies de
peixes. É indicada para recomposição de mata nativa, principalmente em matas
ciliares e outras áreas com grande umidade no solo, pois suporta encharcamento
e inundação. As flores também são apícolas. É também ornamental, podendo ser
utilizada tanto em paisagismo como em arborização urbana. A madeira, de cor
branca, também é de ótima qualidade para
utilização em palanques e madeira serrada.
Murta
1- Nome científico: Blepharocalyx
salicifolius (Kunth) O.Berg
2- Família: Myrtaceae.
3 – Distribuição Geográfica no RS: É encontrada em todas as
formações florestais (Sobral et al. 2006).
4 – Altura: De 15 a 20 metros. Tronco mais ou menos ereto,
revestido por casca grossa e fissurada,
de 30-40 cm de diâmetro.
5 – Flor: Branca, hermafrodita, pentâmeras e isoladas.
6 – Fruto: Tipo baga,
esféricos, amarelos.
7 - Tipo de folha: Inteira.
8 – Margem do limbo: Inteira.
9 – Filotaxia: Oposta.
10- Vetor de Polinização: Abelhas.
11 – Síndrome de Dispersão: dispersão dos frutos e
sementes é zoocórica, realizada principalmente por aves
(SILVA JUNIOR, 2012).
12- Informações ecológicas: Planta perenifólia, heliófita. É
frequente nas matas ciliares.
13- Importância ecológica: Frutos consumidos por pássaros. É
indicada para enriquecimento das matas ciliares.
14 – Fenologia: Floresce durante os meses de dezembro/janeiro e os
frutos amadurecem a partir de maio.
15 – Uso Paisagístico: Muito ornamental, podendo ser utilizada em
paisagismo.
16 – Uso medicinal: cistite, diarreia, leucorréia e uretrite.
17 – Outras Utilidades: A madeira é boa para fazer cabos de
ferramentas. É usada na secagem de erva mate.
Pitangueira
1 - Nome Científico: Eugenia
uniflora L.
2 - Família: Myrtaceae
3 - Distribuição geográfica no RS:
No Rio Grande do Sul ocorre em todas as formações florestais (Sobral et
al. 2006).
4 – Altura: De 6-12 metros.
Tronco tortuoso e um pouco fenestrado de 30-50 cm de diâmetro,
eventualmente múltiplo, com casca lisa e pardacenta.
5 – Flor: Solitárias, brancas, hermafroditas e tetrâmeras.
6 – Fruto: Do tipo baga, globoso, com costelas vermelhas.
7 - Tipo de folha:
Inteira.
8 - Margem do limbo: Inteira.
9 - Filotaxia: Oposta.
10 - Vetor de polinização: Abelhas.
11 - Síndrome de Dispersão: Zoocórica.
12 – Informação ecológica:
Planta semidecídua e heliófita.
13 – Importância ecológica: Frutos consumidos por pássaros, peixes
e mamíferos.
14 – Fenologia: Floração: agosto-novembro; frutificação:
outubro-janeiro.
15 - Uso paisagístico: Tem potencial ornamental, podendo ser
utilizada também como quebra-vento; também para arborização de represas e lagos
destinados a piscicultura, pois os frutos são apreciados por várias espécies de
peixes.
16 - Uso medicinal: Na
medicina popular é utilizada como antiinflamatória, antibiótica, antidiarréica,
anti-séptica bucal, digestiva, antitérmica, excitante, febrífuga, aromática,
anti-reumática, antidisentérica, calmante, diurética, anti-hipertensiva,
hipoglicêmica e anti-triglicerídeos. Também é usada no combate a bronquite,
tosse, febre, gripe, ansiedade, cólica, colite, desarranjo, afecções do
intestino, dores nas pernas, cicatrizante, enxaquecas, dores em geral,
desidratação, caxumba, rubéola, gases, sarampo, catapora, hipertensão arterial
e verminoses. É uma das 71 plantas medicinais selecionadas pelo Ministério da
Saúde como de interesse ao SUS. As folhas, esmagadas, podem ser usadas como
repelente contra insetos.
17 - Outras Utilidades: Os
frutos são comestíveis e muito deliciosos, sendo que ultimamente vem sendo utilizados
pela indústria de cosméticos e de alimentos (suco industrializado), também há
usos potenciais como alimento em geléias, doces, sorvetes, licores, infusões em
cachaça e suplementos alimentares. As flores também são comestíveis, podendo
ser utilizadas em saladas ou adicionadas a doces e licores. Até mesmo as
folhas, em pequenas quantidades, são utilizadas no preparo de sucos verdes
muito apreciados. Estes frutos também constituem uma importante fonte de
alimento para a avifauna, sendo recomendada para plantio em reflorestamentos
mistos destinados à preservação ou recuperação de áreas degradadas e matas ciliares. A madeira é de boa qualidade, sendo que era muito utilizada para a
confecção de cabos de ferramentas e de agulhas de diferentes tamanhos para
costurar redes de pesca.
Fontes:
BACKERS, Paulo, IRGANG, Bruno.
Árvores do Sul
LORENZI, Harri. Árvores
Brasileiras vol. 1, 2 e 3
Na Internet:
A árvore símbolo escolhida pela população de Jaguarão, em votação secreta foi Schinus molle L. , a popular Anacauíta,