quinta-feira, 29 de maio de 2014

PROJETO ESCOLHA DA ÁRVORE SÍMBOLO DA CIDADE DE JAGUARÃO –RS


“Se você está pensando um ano a frente, semeie uma semente. Se você está pensando dez anos a frente, plante uma árvore.” - Poeta Chinês, 500 aC.

 

Elas são bonitas em sua paz, elas são espertas no seu silêncio. Elas sobreviverão enquanto nós viraremos poeira. Elas nos ensinam e nós cuidamos delas.” – Galeain ip Altiem MacDunelmor


Introdução:
Humanos  e árvores mantém, desde o surgimento dos primeiros, uma relação que vai da veneração ao total desprezo. Olhando pelo viés dos mitos, das grandes religiões e até da história, as árvores tem valor intrínseco muito grande: no cristianismo, a Árvore da Vida e Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal,  postas por Deus no centro do Jardim do Éden exemplificam a importância das mesmas para os cristãos, A figueira do figo comestível (Ficus carica) é a primeira planta descrita na Bíblia, quando Adão se veste com suas folhas, ao notar que está nu. Para as religiões africanas o Baobá, árvore de uma plasticidade imensa tem representatividade sagrada e faz parte de vários ensinamentos morais da região.  Na mitologia nórdica existia a mítica árvore da vida chamada de Yggdrasil.  Sobre a sombra de um carvalho o rei inglês João Sem Terra jura a primeira constituição da história. Na bandeira do Canadá aparece a folha do Bordo, árvore típica da região.  Pindorama, terra das palmeiras, era o nome dado ao Brasil  pelos índios que aqui viviam. O nome do Brasil é em decorrência do pau-brasil, árvore comum, na época, do  descobrimento.  Na Revolução Farroupilha, conta a história que  à sombra de um cipreste (o Cipreste Farroupilha), na cidade de Guaíba,  foram traçadas estratégias, pelos líder farrapos, para a tomada de Porto Alegre, em 1835.

Desde a chegada dos europeus a terra brasilis nossas imensas florestas vem fenecendo. Baseado em uma economia que visa a exportação (commodities) os  grandes biomas sofrem com  o desmatamento. A destruição das florestas,  aconteceram, acontecem e continuarão  acontecendo se não forem, entre outras medidas,  realizados entre as novas gerações um trabalho bem planejado de educação ambiental.        

Objetivo:
Criar  um  projeto para escolha da Árvore Símbolo de Jaguarão/RS
Através de um trabalho de educação ambiental,  fornecer subsídios para os alunos da rede pública municipal,  conhecerem melhor nossas árvores nativas.
Metodologia:

Foi  criada uma comissão  com o propósito de reunir  pessoas integrantes da comunidade jaguarense, que tenham conhecimento sobre o tema proposto, quer na questão bibliográfica, científica ou popular.  A reunião foi organizada pela Coordenação Pedagógica da Sala Verde, coordenada pela secretária Municipal de Educação e Desporto Maria da Graça Souza. Cada integrante nomeou de duas a três árvores nativas do município de Jaguarão. 

Resultados: Foram escolhidas pela comissão as espécies que abaixo passamos a descrever.
Açoita Cavalo
1 -Nome Científico: Luehea divaricata Mart. & Zucc.
2 - Família: Malvaceae (antiga Tiliaceae)
3- Distribuição geográfica no RS: No Rio Grande do Sul ocorre em todas as formações florestais, exceto na floresta nebular (Sobral et al. 2006).
4 - Altura: De 5 a 25m, com tronco de 50-60 cm de diâmetro. Casca rugosa de cor cinza-escuro.
5 - Flor: Róseas e amarelas, dispostas em inflorescências multifloras terminais.
6 - Fruto: Cápsulas deiscentes, lenhosas, pubescentes com sementes aladas.
7 - Tipo de folha: Simples, obovadas a oblongas.
8 - Margem do limbo: Dentada
9 - Filotaxia: Alterna
10 - Vetor de polinização: Abelhas (melitofilia) e beija-flores (Ornitofilia)
11 - Síndrome de Dispersão: Anemocórica (vento)
12 - Informações ecológicas:  Pioneira; desídua, heliófita. É característica de matas ciliares e de galeria (florestas aluviais)
13 - Importância ecológica:  Flores melíferas visitadas por insetos e beija-flores. A espécie e recomendada para controlar voçorocas; também no replantio e enriquecimento de florestas ribeirinhas, em rio lagos ou reservatórios.
14 - Fenologia:  Flores durante o meses de dezembro/fevereiro. Frutos maduros  de maio a agosto.
15 - Uso paisagístico: É recomendada para paisagismo em geral.
16 - Uso medicinal: Folhas e flores são usadas em forma de xarope e são usadas no tratamento de laringites, bronquites, diarreia, fluxo vaginal, é antiinflamatório e possuem efeitos hemostáticos e antirreumáticos.   A resina da casca é usada para dar brilho e embelezar os cabelos.
Outras utilidades: a madeira, por ser flexível é muito utilizada em móveis vergados, coronha de armas. Madeira de  baixa resistência ao ataque de organismos xilófagos.
 
Araçá
1 - Nome Científico: Psidium cattleianum Sabine
2 - Família: Myrtaceae
3 - Distribuição geográfica no RS: No Rio Grande do Sul ocorre nos campos rupestres da Campanha, Campos de Cima da Serra, Depressão Central, Planalto e Serra do Sudeste (Sobral 2003).
4 - Altura: De 3 a 6 metros. Tronco tortuoso  de 15 a 25 cm de diâmetro. Casca pardo-amarronzada, descamante  em placas  finas e irregulares.  
5 - Flor: Axilares, sobre pedúnculos unifloros de 5-10 mm.
6 - Fruto: Baga globosa, glabra, coroada  pelo cálice persistente. Existem fruto amarelos  e vermelho.
7 - Tipo de folha: Simples, obovadas e coriáceas.
8 - Margem do limbo: Inteira
9 - Filotaxia: Oposta
10 - Vetor de polinização: Abelhas (melitofilia) das subfamílias Meliponinae e Bombinae (Apidae). Outros insetos como moscas e vespas também visitam as flores das mirtáceas, poucas vezes atuando como polinizadores.
11 - Síndrome de Dispersão: Zoocórica
12 - Informações ecológicas: Planta perenifólia ou semidecídua, heliófita característica da mata pluvial atlântica.
13 - Importância ecológica: Planta ocorrente  em vegetação secundária. Indicada para  plantio em áreas  degradadas úmidas com finalidade de preservação permanente. Frutos consumidos por pássaros (ex. jacú).
14 - Fenologia: Floresce durante um longo período do ano, de junho a dezembro. Os frutos  amadurecem de setembro até março.
15 - Uso paisagístico: Podes ser usada em projetos de pequenos espaços. Tem  bela forma e coloração viva. Também atrai a fauna que se alimentam de seus frutos e folhas.
16 - Uso medicinal: Antidiarréico, anti-hemorrágico (intestinos). Antissética, depurativa, digestiva, refrescante,  controladora da pressão arterial, sedativa, antioxidante, vermífuga, diurética anti-herpética (tanto para o herpes labial quanto para o genital).
17 - Outras utilidades: Geleias e doces.  Madeira ótima para serviços de tornearia; para cabos de ferramentas e   esteios. Casca rica em tanino.
 



Anacauita
1 - Nome Científico: Schinus molle L.
2 - Família: Anacardiaceae
3- Distribuição geográfica no RS: cresce na Depressão Central e Serra do Sudeste (Sobral et al. 2006).
4 - Altura:  De 4 a 8 metros, com tronco de 25-35 cm de diâmetro, revestido por casca com  ritidoma escamoso.
5- Flor: Inflorescências paniculadas terminais axilares; flores amareladas, pouco vistosas, actinomorfas e diclamídeas.
6 - Fruto: Drupas  globosas, vermelhas.
7 - Tipo de folha: Composta, sem estípulas.
8 - Margem do limbo: Dentada
9 - Filotaxia: Alterna
10 -  Vetor de polinização: Abelhas e vespas
11 - Síndrome de Dispersão: Zoocórica.
12 – Informações  ecológico: Árvore perinifólia, heliófita e pioneira. É encontrada em beira de córregos e rios.
13 – Importância ecológica: Usada na recuperação e expansão das áreas  florestais, pode crescer em solos degradados. Os frutos são consumidos por pássaros.
14- Fenologia: Floresce  de agosto a novembro. Frutificação de dezembro a  janeiro.
15 - Uso paisagístico: Muito ornamental, podendo ser utilizada  no paisagismo em geral. Devido ao seu pequeno porte deve ser usada em ruas estreitas e sob redes elétricas.
16 - Uso medicinal: Azia, gastrite, febre, cistite, uretrite, diarréia, blenorragia, tosse, bronquite, reumatismo, íngua, dor-de-dente, gota, ciática. Em outros tempos, a aroeira foi utilizada pelos jesuítas que, com sua resina, preparavam o " Bálsamo das Missões ", famoso no Brasil e no exterior. Das folhas são extraídos um extrato antibacteriano.
17 - Outras utilidades: Madeira boa para moirões e  esteios. A casca é empregada para curtir couro, o córtex  produz uma resina impregnada de terebintina.


 
 

 
Butia Jataí
1 - Nome Científico: Butia yatay  (Mart.) Becc.
2 - Família: Arecaceae
3 - Distribuição geográfica no RS: No Rio Grande do Sul ocorre no Litoral, na Depressão Central e na metade sul do Estado (Sobral et al. 2006).
4 – Altura:  De  3 a 8 metros. Caule solitário. Diâmetro de  24 a 36 cm.
5 – Flor: Inflorescência
6 – Fruto: Ovóides, alaranjados, amarelos a amarelo-avermelhados. Mesocarpo carnoso e adocicado.
7 - Tipo de folha: Composta
8 - Margem do limbo: Inteira
9 - Filotaxia: Alterna
10 - Vetor de polinização:  (Hymenoptera: abelhas, vespas e formigas;  Diptera: moscas e mosquitos; Coleoptera: besouros e Lepidoptera: borboletas).
11  - Síndrome de Dispersão:  Autocoria ; Zoocoria
12- Informação ecológica: Ocorre principalmente em campos de solos secos e arenosos,  sendo tolerante à seca e a geada. Necessita muita luz.
13 – Importância ecológica:  Os frutos são muito apreciados pela fauna.
14 – Fenologia:  Floresce e frutifica na primavera e verão.
15 - Uso paisagístico: É usado no paisagismo em geral.
16 – Uso medicinal: Vermífuga.
17 – Outras utilidades: De seus frutos, alaranjados, se faz geleia, licor, cachaça e vinagre, e das sementes, comestíveis, se extrai óleo. Possui potencial para ser cultivado com fins comerciais, principalmente levando em conta a exploração da polpa dos frutos, que pode ser consumida ao natural ou na forma de sorvete, suco, licor e doce. As folhas são utilizadas para cobrir ranchos, fabricar cestas, chapéus e outras obras trançadas, ou para obter crina vegetal, de largo emprego em colchões e obras de estofaria (Reitz et al.,1988).



 
Corticeira-do-banhado
1 - Nome Científico: Erythrina crista-galli L.
2 - Família: Fabaceae-Faboideae (ex Leguminosae).
3 - Distribuição geográfica no RS: No Rio Grande do Sul habita locais muito úmidos, em florestas ribeirinhas e várzeas inundáveis (Sobral et al. 2006).
4 – Altura:  De 6 a  10 metros; tronco tortuoso de 30 a 40 cm de diâmetro, revestido por casca pardacenta com ritidoma suberoso e escamoso.
5 – Flor: Rosa ou vermelha, bissexuais, dispostas em racemos terminais e axilares.
6 – Fruto: Vagens deiscentes e  negras.
7 - Tipo de folha: Composta.
8 - Margem do limbo: Inteira.
9 - Filotaxia: Alterna.
10 - Vetor de polinização: Abelhas da família Apidae (Trigona spinipes e Apis mellifera),  moscas (Muscidae), formigas (Formicidae), vespas (Vespidae) e besouros (Chrysomelidae). As flores também foram visitadas por beija-flores da família Trochilidae (Chlorostilbon aureoventris). (Costa e Morais, 2008).
11 - Síndrome de Dispersão: autocórica e zoocórica.
12- Informação ecológica: Planta decídua, heliófita e pioneira.
13 – Importância ecológica: Flores muito procuradas por abelhas. Em estado natural são cobertas por orquídeas (principalmente Cattleyas) e outras epífitas.
14 – Fenologia: Floração de setembro a dezembro. Frutificação de janeiro a fevereiro.
15 - Uso paisagístico: Bastante ornamental  quando em flor, prestando-se  muito bem  para plantio em parques e  jardins uma vez que também se desenvolve em terrenos secos.
16 - Uso medicinal:   A água  colocada em cocho feito de tronco verde  cura a bouba de aves domésticas.
17 – Outras utilidades: A madeira presta-se  para confecção de boias e boias.

 



 
 
Coronilha
1 - Nome Científico: Scutia buxifolia  Reissek
2 - Família: Rhamnaceae.
3 - Distribuição geográfica no RS: No Rio Grande do Sul ocorre em floresta com araucária, florestas ribeirinhas na Serra do Sudeste e no Litoral Sul (Sobral et al. 2006). Ocorre também ocasionalmente na Depressão Central e é frequente em certas regiões elevadas da Serra do Sudeste.
4 – Altura: Entre 3 a 7 metros, espinescentes, de ramos novos angulosos. Tronco tortuoso de 20 a 30 cm.
5 – Flor:  Axilar, solitárias ou em pequenos fascículos sésseis de 2-5.Cor  amarelo-esverdeadas, hermafrodita, pequenas.
6- Fruto: Cápsulas globosa-triangular, preto, com até 7 mm de diâmetro.
7 - Tipo de folha: Inteira.
8 - Margem do limbo:  Inteira.
9 - Filotaxia: Oposta.
10 - Vetor de polinização: Por pássaros.
11 – Síndrome de Dispersão: zoocórica.
13 – Informação  ecológica: Pioneira. Ocupa solos úmidos  e matas ciliares. Planta semidecídua e heliófita.
14 – Fenologia: Floresce de outubro a dezembro. Frutificação de janeiro a  março.
15 - Uso paisagístico: Indicada para uso em parques e parques.
16 - Uso medicinal: A tintura  de sua casca é usada como  tônico cardíaco e, juntamente com as folhas, como hipotensora e diurética.
17 – Outras utilidades: Madeira muito boa para moirões  e esteio. A casca possui matéria tintorial.

 

 
Chal-chal
1 - Nome Científico: Allophylus edulis (A.St.-Hil. et al.) Hieron. ex Niederl.
2 - Família: Sapindaceae
3 - Distribuição geográfica no RS:  Ocorre em todas as formações florestais (Sobral et al. 2006).
4 – Altura:  De 6 a 20 metros. Tronco  de 15 a 30 cm   de diâmetro com casca  com ritidoma  escamoso.    
5 – Flor: Flores  esbranquiçadas, dispostas em axilares curtos.
6 – Fruto: Tipo drupa,  globosa, vermelha de polpa adocicada.
7 - Tipo de folha:  Trifoliolada.
8 - Margem do limbo: Recortada.
9 - Filotaxia: Alterna.
10 - Vetor de polinização: Abelhas.
11 - Síndrome de Dispersão: Zoocórica.
12 – Informações ecológicas: Planta semidecídua. Pioneira. Comum  no interior de matas primárias situadas em solos úmidos.
13 – Importância ecológica: Flores melíferas. Frutífera para humanos e animais.
14 – Fenologia:  Variável conforme a região. Floração de junho a novembro. Frutificação de novembro a dezembro.
15 -  Uso paisagístico: Espécie ornamental, pode ser usada em ruas e praças.
16 - Uso medicinal:  A infusão das folhas é utilizada na medicina popular contra problemas hepáticos, febre, hipertensão, disenteria, icterícia, inflamações da garganta e afecções digestivas e intestinais. Externamente o decocto das folhas serve para limpeza de ferimentos.
17 -  Outras utilidades: A madeira é própria para marcenaria, esteios e  mourões.  Os frutos são comestíveis, doces e de sabor agradável, e podem servir de base para o preparo de sucos, licores, polpa congelada e também de bebida vinosa por fermentação, denominada “chicha”, sendo preparado com milho e consumida desde os índios peruanos até Buenos Aires e Sul do Brasil. Apesar da pequena dimensão dos frutos, a frutificação é abundante, e de fácil coleta. Quando bem maduros, a polpa pura pode ser consumida da mesma forma que o açaí-do-Pará, misturada com mel, granola ou outros produtos. KINUPP (2007, p. 362), diz que as sementes, após torradas e salgadas, são também alimentícias, possuindo um sabor delicioso, provindo daí o nome popular de quebra-queixo. É também planta melífera. Espécie indicada para plantio em recuperação de áreas degradadas e matas ciliares, pelo abundante alimento que fornece para a fauna.  As folhas podem ser utilizadas como forragem.


 
 
Erva de Bugre
1 - Nome Científico: Casearia sylvestris Sw.
2 - Família: Salicaceae (antiga Flacourtiaceae).
3 - Distribuição geográfica no RS: No Rio Grande do Sul é presente em todas as formações florestais (Sobral et al. 2006).
4 - Altura:  De  4 a 6 metros. Tronco de 20 a 30 cm de diâmetro, revestido por casca com ritidoma subescamoso e estriados.
5 - Flor:  Flores  branco-amareladas, de cerca de 0,3 cm de diâmetro, pentâmeras e hermafroditas. 
6- Fruto:  Tipo cápsula, tri-valvar, globoso de até 3,5 mm de diâmetro de cor avermelhado-purpúreo.
7 - Tipo de folha: Inteira
8 - Margem do limbo:  Dentada
9 - Filotaxia: Alterna
10 - Vetor de polinização: Abelhas
11 - Síndrome de Dispersão: Zoocórica
12 – Informação ecológica:  Planta perenifólia, heliófita e pioneira.
13 – Importância ecológica:  Os frutos são  consumidos pela avifauna, e as flores são visitadas por insetos, principalmente abelhas. É uma das poucas espécies florestais melíferas de inverno.
14 – Fenologia: Variável conforme a região. Floração de julho a agosto. Frutificação de setembro a novembro.
15 - Uso paisagístico: É ótima para ruas estreitas sob redes elétricas.
16 - Uso medicinal:  Na medicina popular é recomendada como anti-inflamatória, amarga, vulnerária, cardiotônica, diurética, antiartrítica, hemostática, anestésica tópica, afrodisíaca, antipirética, eupéptica, antidiarréica, hipoglicemiante, hipotensora, antimicrobiana, calmante, diaforética, antiespasmódica, tônica, desintoxicante, cicatrizante, anti-reumática, depurativa, anti-séptica, anti-úlcera e anti-viral na herpes labial, e também no tratamento da sífilis, colesterol, alergias, úlceras estomacais, febre, inflamações, diarréias, dores no peito e no corpo, reumatismo, paralisia, inchaço das pernas, aftas, sapinho, dores de dentes, pneumonia, flores brancas, picada de insetos, prurido, verminoses, má circulação, gripes, afecções do fígado, da bexiga e dos rins, coceiras, hidropisia, sífilis e moléstias da pele como úlceras dérmicas, eczema e sarna. Há comprovações de que tanto o chá como o suco das folhas têm ação antiofídica. Popularmente as folhas são postas em garrafas com álcool ou aguardente, como remédio caseiro antiofídico. É comum também os criadores de gado utilizarem as folhas desta planta para a expulsão da placenta pós-parto nos animais. Utiliza-se também para dar banhos em cães com sarna. É uma das 71 plantas medicinais selecionadas pelo Ministério da Saúde como sendo de interesse ao SUS. É conhecida também por  “erva-de-lagarto” deve-se ao fato de que os lagartos Teiú, quando picados por cobras, procuram esta planta, onde encontram o antídoto do veneno ofídico
17– Outras utilidades: Usada na marcenaria e trabalhos de tornearia.
 
 
 
 
 
 
Figueira-da-folha-miúda
1 - Nome Científico: Ficus organensis (Miq.) Miq.
2 - Família: Moraceae
3 - Distribuição geográfica no RS: No Rio Grande do Sul ocorre na floresta atlântica, na encosta meridional da Serra Geral e na floresta da encosta da Serra do Sudeste (Sobral et al. 2006).
4- Altura:  De 10 a 25 metros. Copa frondosa; tronco curto e canelado com sapopemas basais, com 60 a 90 cm de diâmetro, com casca quase lisa, de cor acinzentada.
5 – Flor: Inflorescência  axilares do tipo sicônio (figo); as flores unissexuais pequenas em seu interior.
6 – Fruto:  Aquênio (figo  globoso).
7 - Tipo de folha:  Inteira.
8 - Margem do limbo: Inteira.
9 - Filotaxia: Alterna.
10 – Vetor de Polinização: Vespas 
11 - Síndrome de Dispersão:  Zoocórica (pássaros e morcegos).
12 – Informações ecológicas: Planta pioneira, heliófita.
13 – Importância ecológica: Simbiótica com vespas de Blastophaga. É muito importante para a fauna em geral. Serve de suporte para várias epífitas (forófito) como orquídeas, bromélias, cactos e samambaias.
14 – Fenologia: Floresce o frutifica durante todo o ano, mais abundante no inverno.
15 - Uso paisagístico: Uso em paisagismo de grandes espaços.
16 - Uso medicinal: X
17- Outras utilidades: Das raízes tubulares (sapopemas) retiravam-se segmentos para confecção de gamelas.

 
 
 
Jerivá
1 - Nome Científico: Syagrus romanzoffiana (Cham.) Glassman
2 - Família: Arecaceae
3 - Distribuição geográfica no RS:  No Rio Grande do Sul é comum em todas as formações florestais, exceto na floresta com araucária (Sobral et al. 2006).
4 – Altura:  Árvore monóica de 10 a 25 m de altura, possui estipe único, anelado.
5 – Flor: As flores agrupam-se em inflorescências, protegidas por um tegumento acanoado, e medem entre 1,2 e 1,6 m de comprimento. A espádice (cacho) mede de 80 a 120 cm de comprimento.
6 – Fruto: Os frutos do jerivá são lisos, carnosos, amarelo-alaranjados e com polpa fibrosa.
7 - Tipo de folha: Raque.
8 - Margem do limbo: Inteira.
9 - Filotaxia: X
10 - Vetor de polinização: Abelhas.
11 - Síndrome de Dispersão: Zoocórica.
12 – Informação ecológica: Planta perenifólia; heliófita.
13 – Importância ecológica: Os frutos do jerivá são avidamente procurados por várias espécies de animais, como aves, peixes, lagartos e graxains, e as flores costumam ser muito procuradas por toda classe de insetos, o que a torna de extrema importância na recuperação de áreas degradadas.
14 – Fenologia: Floresce quase o ano todo, mas com uma maior intensidade em setembro a março; os frutos amadurecem em fevereiro a agosto.
15 - Uso paisagístico: Atualmente vem sendo muito utilizado em paisagismo, na arborização de jardins e praças. É muito decorativa e possui um belo efeito paisagístico. Como seu sistema de raízes é pouco profundo, pode ser transplantada mesmo depois de adulta.
16 - Uso medicinal: Na medicina popular, é utilizado como diurético, contra a diarréia, amarelão e problemas de rins. O chá da casca e da flor, ou do suco dos frutos, é usado como vermífugo. Os índios guarani utilizam a infusão das raízes para combater a dor de dentes.
17 - Outras Utilidades:  Dos frutos extrai-se óleo, cujos ácidos graxos aí presentes fornecem matéria prima para a fabricação de sabão. As sementes podem ser utilizadas para confecção de produtos artesanais. As fibras podem ser aproveitadas na confecção de roupas, redes e outros artigos.  É muito comum, em épocas de estiagem, que suas folhas sejam utilizadas como forragem, a qual é muito apreciada, principalmente pelos eqüinos. Os frutos são muito apreciados pelos porcos, e constituem ótima ração. Na alimentação humana O fruto do jerivá é comestível, e sua polpa é doce e saborosa. Os frutos podem ser fervidos, e o suco extraído serve para fazer geléias e sucos. As amêndoas das sementes também são consumidas in natura e muito apreciadas, podendo ainda ser usadas como fonte de óleo ou farinha. As folhas desta palmeira ainda são muito utilizada pelos indígenas como cobertura das casas. E em áreas rurais são também utilizadas para cobrir galpões de fumo ou como forragem em épocas de seca. Os índios Guaranis de Misiones, Argentina, utilizam o tronco desta espécie para a confecção de tambores, e as fibras das folhas jovens servem para a confecção de instrumentos musicais de corda. Na língua guarani é conhecida como pindo ete, por isso no Uruguai e na Argentina esta palmeira é denominada como pindó.
 

 
 
 
 
Tarumã
1 - Nome Científico: Vitex montevidensis  Cham.
2 - Família: Lamiaceae (antiga  Verbenaceae).
3 - Distribuição geográfica no RS:  No Rio Grande do Sul ocorre em todas as formações florestais, à exceção da floresta com araucária (Sobral et al. 2006).
4 – Altura:  De 5 a  25 metros. Tronco  de 40-60 cm de diâmetro, revestido por casca escamosa pardo-acinzentada, soltando placas longas.
5 – Flor: Flores hermafroditas, pentâmeras, roxo-azuladas.
6 – Fruto: Do tipo drupa, globoso, violáceo, quase negro.
7-  Tipo de folha: Composta digitada.
8 - Margem do limbo: Dentada.
9 - Filotaxia: Oposta.
10 - Vetor de polinização: Abelhas.
11 - Síndrome de Dispersão: Zoocórica.
12 – Informação ecológica: Secundária inicial a secundária tardia. Decídua, heliófila e indiferente às condições físicas do solo. É particularmente comum nas regiões úmidas próximas aos rios do planalto. Se regenera em áreas abertas, bordas e clareiras da floresta.
13 - Importância ecológica:  Espécie  indiferente as condições físicas do solo. É adequada para plantio em áreas degradadas.
14- Fenologia: Floração: outubro-dezembro; frutificação:  fevereiro-abril.
15 - Uso paisagístico: É ornamental, podendo ser utilizada tanto em paisagismo como em arborização urbana.
16 - Uso medicinal: É  utilizada como depurativo do sangue, tônica e febrífuga, sendo também usada como anti-afrodisíaca, antiulética, contra ácido úrico, hipertensão, sífilis, doenças da pele, inflamações da bexiga e do útero, hemorróidas e dores reumáticas. O chá da casca é usado no tratamento de reumatismo e dermatoses.  Possui também ação comprovada como anti-hiperglicêmica em animais. A análise bromatológica demonstrou que é uma boa fonte de cálcio e cobre se utilizada na alimentação humana.
17 - Outras utilidades: Os frutos, quando colhidos e consumidos, possuem um sabor amargo, porém, quando recolhidos do chão, ou colhidos e deixados para amadurecer, possuem um sabor muito adocicado e de consistência macia. Podem também ser preparados em conserva, do mesmo modo que a azeitona, e é por isso é chamada azeitona-brava.  Servem também de alimento para a fauna, como macacos, pássaros e outras espécies, podem também ser utilizados como isca para algumas espécies de peixes. É indicada para recomposição de mata nativa, principalmente em matas ciliares e outras áreas com grande umidade no solo, pois suporta encharcamento e inundação. As flores também são apícolas. É também ornamental, podendo ser utilizada tanto em paisagismo como em arborização urbana. A madeira, de cor branca,  também é de ótima qualidade para utilização em palanques e madeira serrada.

 
 

Murta
1- Nome científico: Blepharocalyx salicifolius (Kunth) O.Berg
2- Família: Myrtaceae.
3 – Distribuição Geográfica no RS: É encontrada em todas as formações florestais (Sobral et al. 2006).
4 – Altura: De 15 a 20 metros. Tronco mais ou menos ereto, revestido por casca  grossa e fissurada, de 30-40 cm de diâmetro. 
5 – Flor: Branca, hermafrodita, pentâmeras e isoladas.
6 – Fruto:  Tipo baga, esféricos, amarelos.
7 -  Tipo de folha: Inteira.
8 – Margem do  limbo: Inteira.
9 – Filotaxia: Oposta.
10- Vetor de Polinização: Abelhas.
11 – Síndrome de Dispersão: dispersão dos frutos  e  sementes  é  zoocórica, realizada principalmente por aves (SILVA JUNIOR, 2012). 
12- Informações ecológicas: Planta perenifólia, heliófita. É frequente nas matas ciliares.
13- Importância ecológica: Frutos consumidos por pássaros. É indicada para enriquecimento das matas ciliares.
14 – Fenologia: Floresce durante os meses de dezembro/janeiro e os frutos amadurecem a partir de  maio.
15 – Uso Paisagístico: Muito ornamental, podendo ser utilizada em paisagismo.
16 – Uso medicinal: cistite, diarreia, leucorréia e uretrite.
17 – Outras  Utilidades:  A madeira é boa para fazer cabos de ferramentas. É usada na secagem de erva mate.
 



 
Pitangueira
1 - Nome Científico: Eugenia uniflora L.
2 - Família: Myrtaceae
3 - Distribuição geográfica no RS:  No Rio Grande do Sul ocorre em todas as formações florestais (Sobral et al. 2006).
4 – Altura: De 6-12 metros.  Tronco tortuoso e um pouco fenestrado de 30-50 cm de diâmetro, eventualmente múltiplo, com casca lisa e pardacenta. 
5 – Flor: Solitárias, brancas, hermafroditas e tetrâmeras.
6 – Fruto: Do tipo baga, globoso, com costelas vermelhas.
7 - Tipo de folha: Inteira.
8 - Margem do limbo: Inteira.
9 - Filotaxia: Oposta.
10 - Vetor de polinização: Abelhas.
11 - Síndrome de Dispersão: Zoocórica.
12 – Informação ecológica:  Planta semidecídua e  heliófita.
13 – Importância ecológica: Frutos consumidos por pássaros, peixes e mamíferos.
14 – Fenologia: Floração: agosto-novembro; frutificação: outubro-janeiro.
15 - Uso paisagístico: Tem potencial ornamental, podendo ser utilizada também como quebra-vento;   também para arborização de represas e lagos destinados a piscicultura, pois os frutos são apreciados por várias espécies de peixes.
16 - Uso medicinal:  Na medicina popular é utilizada como antiinflamatória, antibiótica, antidiarréica, anti-séptica bucal, digestiva, antitérmica, excitante, febrífuga, aromática, anti-reumática, antidisentérica, calmante, diurética, anti-hipertensiva, hipoglicêmica e anti-triglicerídeos. Também é usada no combate a bronquite, tosse, febre, gripe, ansiedade, cólica, colite, desarranjo, afecções do intestino, dores nas pernas, cicatrizante, enxaquecas, dores em geral, desidratação, caxumba, rubéola, gases, sarampo, catapora, hipertensão arterial e verminoses. É uma das 71 plantas medicinais selecionadas pelo Ministério da Saúde como de interesse ao SUS. As folhas, esmagadas, podem ser usadas como repelente contra insetos.
17 - Outras Utilidades: Os frutos são comestíveis e muito deliciosos, sendo que ultimamente vem sendo utilizados pela indústria de cosméticos e de alimentos (suco industrializado), também há usos potenciais como alimento em geléias, doces, sorvetes, licores, infusões em cachaça e suplementos alimentares. As flores também são comestíveis, podendo ser utilizadas em saladas ou adicionadas a doces e licores. Até mesmo as folhas, em pequenas quantidades, são utilizadas no preparo de sucos verdes muito apreciados. Estes frutos também constituem uma importante fonte de alimento para a avifauna, sendo recomendada para plantio em reflorestamentos mistos destinados à preservação ou recuperação de áreas degradadas e  matas ciliares. A madeira é de boa qualidade, sendo que era muito utilizada para a confecção de cabos de ferramentas e de agulhas de diferentes tamanhos para costurar redes de pesca.
 



 
Fontes:
BACKERS, Paulo, IRGANG, Bruno. Árvores do Sul
LORENZI, Harri. Árvores Brasileiras vol. 1, 2 e 3  
Na Internet:
 
A árvore símbolo escolhida pela população de Jaguarão, em votação secreta foi  Schinus molle L. , a popular Anacauíta,