terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Levantamento Fitogeográfico no Município de Jaguarão – RS – Brasil

Levantamento Fitogeográfico no Município de Jaguarão – RS – Brasil
       O Instituto Meridionalis de Estudos da Flora, junto com o professores e alunos dos cursos de Geografia e Biologia da UFPEL (Universidade Federal de Pelotas- RS) está disponibilizando alguns dados preliminares acerca do estudo que está sendo realizado em nossa cidade:   
       Informações Gerais
       Este levantamento vem contribuir para  o maior conhecimento sobre as espécies nativas e exóticas existente no município – perímetro urbano-, como suas características em seus diferentes estágios estratigráficos. A partir da catalogação e da quantificação das espécies vegetais, estar-se-á concluindo o banco de dados com informações, as quais ficarão disponíveis para consulta de pesquisadores e da comunidade, subsidiando, de forma expressiva, a implantação do Horto Botânico de Jaguarão.
       Objetivos
       Fazer um levantamento fitogeográfico das espécies nativas e exóticas da área urbana de Jaguarão – RS;
       Catalogar e quantificar as espécies  vegetais em seus   diferentes estágios estratigráficos;
       Contribuir para a montagem de um acervo de espécies, as quais subsidiarão a implantação do horto florestal em Jaguarão.
       Resultados preliminares
       Até o momento, foi inventariado um total de 2.364 espécies, das quais, o Cinamomo (Melia azedarach) aparece com maior expressividade na área de estudo, seguida pela Aroeira Mansa e  Jacarandá Mimoso . Os dados podem ser observados na Tabela 01 a seguir:

Tabela 01-  Percentual de espécies arbóreas com maior ocorrência na área inventariada, em praças, ruas e avenidas do município de Jaguarão – RS

Nome Comum
Nome Científico
Origem
Frequencia Geral (%)
Cinamomo
Melia azedarach
Exótica
21,82
Aroeira Mansa
Schinus terebinthifolius
Nativa
19,75
Jacarandá Mimoso
Jacaranda mimosiifolia
Exótica
11,62
Orelha de Negro
Enterolobium contorstisiliquum
Nativa
3,38
Anacauita
Schinus molle
Nativa
3,30
Ligustro
Ligustrum lucidum
Exótica
2,36
Fonte: Instituto Meridionalis de Estudos da Flora



Detalhe do fruto do cinamomo - Foto Ronaldo Osterman

Detalhe do fruto e folhas da Anacauita. Foto: Ronaldo Osterman

Detalhe da semente da Orelha de Negro. Foto: Ronaldo Osterman
Breve descrição das espécies, com maior ocorrencia, até agora inventariadas
Ligustro
Nome científico: Ligustrum lucidum W.T Aiton
Nome vulgar: Alfeneiro
Família: Oleaceae
Origem geográfica: China
Usos: ornamental. Por ser rústica é indicada para ruas e avenidas.
Fenologia:  Floração: primavera/verão; frutificação: outono
Cultivo: reprodução por sementes e estacas de caule, alporquia ou rebrote das raízes.
É muito comum na região sul, por isso é também chamada de “pé-de-praça” ou “árvore-de-prefeito”. Seu pólen pode causar alergias em pessoas sensíveis. 





Cinamomo:
Nome Científico:  Melia azedarach L.
Nome vulgar: Paraíso.
Família: Meliaceae
Origem geográfica: Himalaia: Índia e China
Uso: indicada para vias públicas e praças. Excelente madeira para móveis finos. É considerada tóxica. De suas folhas e frutos é feito um chá que serve como inseticida natural para  moscas (espanta-as), pulgões e cochonilhas.
Fenologia: floração: primavera; frutificação: outono, inverno e primavera.
Cultivo: semear de 2 a 3 sementes por saco plástico com bastante umidade e 1 cm de solo de cobertura.
Essa espécie tornou-se uma severa  invasora no Brasil e em Cuba. Uma particularidade: o cinamomo sempre foi prejudicado pela absurda poda tradicional vigente em nosso estado.

Aroeira Mansa
Nome científico: Shinus terebinthifolius Raddi
Nome vulgar: Aroeira-vermelha, aroeira branca
Família: Anacardiaceae
Distribuição  geográfica: Uruguai, leste da Argentina, Paraguai e Brasil (Do Rio Grande do Sul até Pernambuco e Mato Grosso do Sul).
Usos: cascas, frutos e folhas são usados  na medicina popular. Madeira resistente pode ser usado na confecção de moirões. Lenha.
Fenologia: floração: novembro-março. Frutificação: dezembro-julho.
Cultivo: Semear em viveiros. Germinação  em 15-20 dias. Repicagem aos 10 cm de altura. Plantio após 4 meses. Também propaga-se por estaquia.


Orelha de Negro
Nome cient.: Enterolobium contorstisiliquum  

Nome vulgar:  timbaúva, tamboril, orelha-de-macaco
Família: Leguminosae (Fabaceae)
Origem geográfica: Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Brasil (Pará, Goiás, Mato Grosso para o sul até o Rio Grande do Sul)
Usos: Para celulose, forrageira e apícola. Confecção de gamelas.
Fenologia: Variável, conforme a região. Floração: (julho-março) setembro-novembro. Frutificação: junho-julho (maio-outubro).
Cultivo: Semear em sacos plásticos individuais. Antes a sementes devem ser escarificadas. A germinação leva de 4-60dias. Quando a planta atingir 4 cm, repicar. Plantar definitivamente quanto a mesma tiver de 3 a 4 meses. Pode ser feita também estaquia de  ramos e raízes.


Anacauita
Nome científico: Schinus molle L.
Nome vulgar: Aroeira-salsa, aroeira-piriquita, aroeira-mole.
Família: Anacardiaceae
Origem geográfica: Brasil (de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul) e América do Sul (do centro da Argentina e Uruguai até o Caribe)
Usos: Melífera e ótima para a avifauna. Muito usada na medicina popular, principalmente folhas, cascas e resinas. O fruto substitui bem a pimenta e se fermentado produz tipo de bebida alcoólica. Por ironia, atualmente os frutos, dessa espécie nativa, são importados da Ásia como iguaria exótica.
Fenologia: floração: agosto-novembro. Frutificação: dezembro-março.
Cultivo: Semeadura em canteiros. Germinação em 30-120 dias. Transplante de mudas em embalagens individuais a partir de 25-40 cm de altura.  Após 6 meses plantar em definitivo.




Jacarandá Mimoso
Nome científico: Jacaranda mimosiifolia Don.

Nome vulgar: Jacarandá Mimoso
Família: Bignoniaceae
Origem geográfica: Norte da Argentina e Sul da Bolívia.
Uso: ornamental, podendo ser usado em todas as situações urbanas: praças, parques, canteiros.
Fenologia: Floração: primavera; frutificação: verão
Cultivo: por sementes; de crescimento rápido. As sementes devem ser colocadas a germinar logo após a colheita. Elas germinam em 8  a 12 dias.
Espécie muito cultivada também no sul da África e sul dos EUA. Rústicas, suas flores roxas ao caírem formam o belo tapete sobre as calçadas e gramados.

Fonte:
Árvores cultivadas no sul do Brasil – Guia de Identificação- Paulo Backes e Bruno Irgang
Árvores do Sul - Guia de Identificação- Paulo Backes e Bruno Irgang

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