Levantamento Fitogeográfico no Município de Jaguarão – RS – Brasil
O Instituto Meridionalis de Estudos da Flora, junto com o professores e alunos dos cursos de Geografia e Biologia da UFPEL (Universidade Federal de Pelotas- RS) está disponibilizando alguns dados preliminares acerca do estudo que está sendo realizado em nossa cidade:
Informações Gerais
Este levantamento vem contribuir para o maior conhecimento sobre as espécies nativas e exóticas existente no município – perímetro urbano-, como suas características em seus diferentes estágios estratigráficos. A partir da catalogação e da quantificação das espécies vegetais, estar-se-á concluindo o banco de dados com informações, as quais ficarão disponíveis para consulta de pesquisadores e da comunidade, subsidiando, de forma expressiva, a implantação do Horto Botânico de Jaguarão.
Objetivos
Fazer um levantamento fitogeográfico das espécies nativas e exóticas da área urbana de Jaguarão – RS;
Catalogar e quantificar as espécies vegetais em seus diferentes estágios estratigráficos;
Contribuir para a montagem de um acervo de espécies, as quais subsidiarão a implantação do horto florestal em Jaguarão.
Resultados preliminares
Até o momento, foi inventariado um total de 2.364 espécies, das quais, o Cinamomo (Melia azedarach) aparece com maior expressividade na área de estudo, seguida pela Aroeira Mansa e Jacarandá Mimoso . Os dados podem ser observados na Tabela 01 a seguir:
Tabela 01- Percentual de espécies arbóreas com maior ocorrência na área inventariada, em praças, ruas e avenidas do município de Jaguarão – RS
Nome Comum | Nome Científico | Origem | Frequencia Geral (%) |
Cinamomo | Melia azedarach | Exótica | 21,82 |
Aroeira Mansa | Schinus terebinthifolius | Nativa | 19,75 |
Jacarandá Mimoso | Jacaranda mimosiifolia | Exótica | 11,62 |
Orelha de Negro | Enterolobium contorstisiliquum | Nativa | 3,38 |
Anacauita | Schinus molle | Nativa | 3,30 |
Ligustro | Ligustrum lucidum | Exótica | 2,36 |
Detalhe do fruto do cinamomo - Foto Ronaldo Osterman |
Detalhe do fruto e folhas da Anacauita. Foto: Ronaldo Osterman |
Detalhe da semente da Orelha de Negro. Foto: Ronaldo Osterman |
Breve descrição das espécies, com maior ocorrencia, até agora inventariadas
Ligustro
Nome científico: Ligustrum lucidum W.T Aiton
Nome vulgar: Alfeneiro
Família: Oleaceae
Origem geográfica: China
Usos: ornamental. Por ser rústica é indicada para ruas e avenidas.
Fenologia: Floração: primavera/verão; frutificação: outono
Cultivo: reprodução por sementes e estacas de caule, alporquia ou rebrote das raízes.
É muito comum na região sul, por isso é também chamada de “pé-de-praça” ou “árvore-de-prefeito”. Seu pólen pode causar alergias em pessoas sensíveis.
Cinamomo:
Nome Científico: Melia azedarach L.
Nome vulgar: Paraíso.
Família: Meliaceae
Origem geográfica: Himalaia: Índia e China
Uso: indicada para vias públicas e praças. Excelente madeira para móveis finos. É considerada tóxica. De suas folhas e frutos é feito um chá que serve como inseticida natural para moscas (espanta-as), pulgões e cochonilhas.
Fenologia: floração: primavera; frutificação: outono, inverno e primavera.
Cultivo: semear de 2 a 3 sementes por saco plástico com bastante umidade e 1 cm de solo de cobertura.
Essa espécie tornou-se uma severa invasora no Brasil e em Cuba. Uma particularidade: o cinamomo sempre foi prejudicado pela absurda poda tradicional vigente em nosso estado.
Aroeira Mansa
Nome científico: Shinus terebinthifolius Raddi
Nome vulgar: Aroeira-vermelha, aroeira branca
Família: Anacardiaceae
Distribuição geográfica: Uruguai, leste da Argentina, Paraguai e Brasil (Do Rio Grande do Sul até Pernambuco e Mato Grosso do Sul).
Usos: cascas, frutos e folhas são usados na medicina popular. Madeira resistente pode ser usado na confecção de moirões. Lenha.
Fenologia: floração: novembro-março. Frutificação: dezembro-julho.
Cultivo: Semear em viveiros. Germinação em 15-20 dias. Repicagem aos 10 cm de altura. Plantio após 4 meses. Também propaga-se por estaquia.
Orelha de Negro
Nome cient.: Enterolobium contorstisiliquum
Nome vulgar: timbaúva, tamboril, orelha-de-macaco
Nome vulgar: timbaúva, tamboril, orelha-de-macaco
Família: Leguminosae (Fabaceae)
Origem geográfica: Argentina, Uruguai, Paraguai, Bolívia e Brasil (Pará, Goiás, Mato Grosso para o sul até o Rio Grande do Sul)
Usos: Para celulose, forrageira e apícola. Confecção de gamelas.
Fenologia: Variável, conforme a região. Floração: (julho-março) setembro-novembro. Frutificação: junho-julho (maio-outubro).
Cultivo: Semear em sacos plásticos individuais. Antes a sementes devem ser escarificadas. A germinação leva de 4-60dias. Quando a planta atingir 4 cm, repicar. Plantar definitivamente quanto a mesma tiver de 3 a 4 meses. Pode ser feita também estaquia de ramos e raízes.
Anacauita
Nome científico: Schinus molle L.
Nome vulgar: Aroeira-salsa, aroeira-piriquita, aroeira-mole.
Família: Anacardiaceae
Origem geográfica: Brasil (de Minas Gerais até o Rio Grande do Sul) e América do Sul (do centro da Argentina e Uruguai até o Caribe)
Usos: Melífera e ótima para a avifauna. Muito usada na medicina popular, principalmente folhas, cascas e resinas. O fruto substitui bem a pimenta e se fermentado produz tipo de bebida alcoólica. Por ironia, atualmente os frutos, dessa espécie nativa, são importados da Ásia como iguaria exótica.
Fenologia: floração: agosto-novembro. Frutificação: dezembro-março.
Cultivo: Semeadura em canteiros. Germinação em 30-120 dias. Transplante de mudas em embalagens individuais a partir de 25-40 cm de altura. Após 6 meses plantar em definitivo.
Jacarandá Mimoso
Nome científico: Jacaranda mimosiifolia Don.
Nome vulgar: Jacarandá Mimoso
Família: Bignoniaceae
Origem geográfica: Norte da Argentina e Sul da Bolívia.
Uso: ornamental, podendo ser usado em todas as situações urbanas: praças, parques, canteiros.
Fenologia: Floração: primavera; frutificação: verão
Cultivo: por sementes; de crescimento rápido. As sementes devem ser colocadas a germinar logo após a colheita. Elas germinam em 8 a 12 dias.
Espécie muito cultivada também no sul da África e sul dos EUA. Rústicas, suas flores roxas ao caírem formam o belo tapete sobre as calçadas e gramados.
Fonte:
Árvores cultivadas no sul do Brasil – Guia de Identificação- Paulo Backes e Bruno Irgang
Árvores do Sul - Guia de Identificação- Paulo Backes e Bruno Irgang
Nenhum comentário:
Postar um comentário