sábado, 13 de novembro de 2010

Espécies Exóticas


As espécies exóticas são, hoje em dia, a segunda causa da perda da diversidade biológica do planeta (a primeira é a destruição de habitats feita pelo homem). Isso causa aos países problemas ambientais, econômicos e sociais.
De acordo com 2ª Convenção Internacional sobre a Diversidade Biológica define-se espécie exótica como uma espécie fora de sua área de ocorrência; já espécie exótica invasora é definida como uma espécie que ameaça ecossistemas, habitats ou espécies. Segundo a pesquisadora Sílvia Ziller, do Instituto Hórus, espécies exóticas invasoras não apenas sobrevivem e se adaptam ao novo meio, mas passam a exercer processos de dominância sobre a biodiversidade nativa. Alteram características naturais e o funcionamento de processos ecológicos, incorrendo em quebra de resiliência de ecossistemas naturais, redução de populações de espécies nativas e perda efetiva de biodiversidade.
O grande problema das espécies exóticas invasoras é que não tendo predadores, para limitar sua população, elas se expandem afetando o ambiente, a saúde e a economia. “Os métodos de controle e erradicação variam de acordo com cada espécie e precisam envolver princípios éticos, afinal as espécies não têm culpa de estar num ambiente fora de casa”, diz Sílvia Ziller
Segundo o Secretariado de Convenção sobre Diversidade Biológica, as espécies exóticas invasoras já contribuíram, desde 1.600 com 36% dos animais extintos.
O modelo globalizado do mundo (por exemplo: meios de transportes mais rápidos) de hoje favorece a que espécies exóticas se propaguem por todos os lugares, transformando-se num fenômeno a nível mundial.
Vejamos alguns que estão presentes na bacia do Rio Jaguarão e Lagoa Mirim:
Mexilhão Dourado
Nome científico: Limnoperna fortunei
O uso de água armazenada nos grandes navios marítimos para obter maior estabilidade, ajudar na propulsão e em manobras, a chamada “água de lastro”, é o principal meio de introdução de organismos marinhos em ambientes aquáticos, tanto marinhos como de água doce. Em todo o mundo são transferidas anualmente cerca de 12 bilhões de toneladas de “água de lastro”, que transportam aproximadamente 4.500 espécies diferentes. No Brasil, aproximadamente 95% de todo o comércio exterior é feito por via marítima e estima-se que 40.000 navios visitem os portos brasileiros anualmente, deslastrando 40 milhões de toneladas de água por ano (Silva & Souza, 2004). Pela “água de lastro” a espécie de bivalve de água doce Limnoperna fortunei (Dunker, 1857) foi introduzida no estuário do rio da Prata, em 1991, provavelmente trazido por navios da Coréia e Hong Kong (Pastorino et al., 1993).
(Extraído do Doc. 64, de dezembro de 2004 - EMBRAPA
Área de ocorrências do mexilhão dourado no Brasil  (fonte:www.mma.gov.br/aguadelastro)

O mexilhão-dourado mata o junco (Scirpus californicus) envolvendo a raíz e apodrescendo a planta. Também ataca aguapés. Mata por sufocamento moluscos nativos como Pomacea canaliculata (caramujo). Desde de sua invasão na Bacia do Prata, a densa colonização de Limnoperna fortunei em subtratos duros modificou a presença e abundância de vária espécies nativas de macroinvertebrados, homogenizou o habitat e alterou a dieta de peixes mudando totalmente a dieta, dos mesmos, devido à introdução do molusco. A invasão pelo mexilhão dourado altera rapidamente as comunidades bentônicas, favorecendo assim o assentamento de outras espécies com potencial invasor.

 Mexilhão dourado fotografado pelo autor na foz do Rio Jaguarão /Rs


Javalí
Nome Científico: Sus scrofa scrofaFamília: Suidae
Origem: Continente Africano
Palavra de origem árabe, "djabali", significando porco montanhês. Na Argentina foi introduzido em 1914 e 1916 por Pedro Luro na estância San Huberto, província de La Pampa.


Em nossa região causa grandes problemas em lavouras de arroz. Segundo notícia vinculada na Folha do Estado de São Paulo, do dia 16/maio/2005, pesquisadores do Inst. Hórus acreditam que a invasão desse animal no Rio Grande do Sul, deu-se, em 1989, pelo Rio Jaguarão, durante uma grande estiagem.

A Bacia da Lagoa Mirim


Anoitecer na Lagoa Mirim
Localização: Entre os paralelos 31° 30’ e 34° 30’ Sul e entre os meridianos 52° e 56° Oeste.
Superfície (aproximada): 62.250 Km², sendo 29.250 Km² (47%) no Brasil e 33.000 Km² (53%) no Uruguai. Por isso a Bacia da Lagoa Mirim é chamada de transfronteiriça com regime de águas compartilhadas (Tratado de Limites de 1909 e Tratado da Lagoa Mirim de 1977).

A Lagoa Mirim está subdividida em 8 bacias hidrográfica menores. São elas:
Do lado brasileiro:
Bacia do São Gonçalo com 9.147 Km², sendo o principal afluente o Rio Piratini;
Bacia do Arroio Grande com 4.080 Km², incorporando o Arroio Grande e o Chasqueiro.
Bacia do Litoral com 6.416 Km² onde estão localizados o Banhado do Taim, a Lagoa Mangueira e outras menores.
Do lado uruguaio:
Bacia do Tacuari com 5.143 Km²
Bacia do Cebollati com 17. 328 Km²
Bacia do Sarandi com 1.266 Km²
Bacia do São Miguel com 6.933 Km²

Na divisa entre o Brasil e o Uruguai
Bacia do Rio Jaguarão com 8.188 Km²


N° de habitantes: em torno de 1 milhão
Principais cultivos: arroz irrigado e pecuária
Somente a Lagoa Mirim, que é o principal corpo d’água da Bacia , possui uma área aproximada de 3.750 Km² sendo 82% da mesma no Brasil e 18% no Uruguai.
Extensão (aproximada): 185 km
Largura média: 20 km
É 3° lago em extensão da América do Sul.
Foi declarada pela FAO como Reserva Mundial de Água Doce.
Início de noite e biguás (Phalacrocorax b. brasilianus) - Lagoa Mirim 

Como se formou a Lagoa Mirim ?
Até a formação atual a Lagoa Mirim sofreu vários eventos paleogeográficos. Sua gênese está associada “às barreiras depositadas ao longo da faixa costeiras, originadas de sedimentos trazidos por correntes de litoral e acumuladas pela dinâmica praial.
Segundo Schwarzbold aconteceram os seguintes eventos (citando os mais importantes):
“Há 230 mil anos o degelo elevou o nível do mar a 20 m acima do atual, fazendo com que as águas entrassem continente à dentro. Essa extensa área submersa foi retrabalhada em condições praiais e marinhas rasas, tendo contribuição do material sólido erodido continental, configurando um perfil de fundo e iniciando a formação de uma barra na direção sul (a partir de Pelotas). O período glacial seguinte criou as condições para a ocorrência de seqüências de deposição de emersão. Posteriormente, o interglacial Yarmouth, originou nova submersão continental, mas em menor intensidade que a anterior, sendo que a reinundação da região ocorreu através da barra ao sul. A ação erosiva sobre a barreira originou uma segunda deposição de águas rasas, originando uma segunda barreira e obstruindo a barra ao sul e isolando a laguna Mirim do oceano. Há 150 mil anos, o fundo da laguna foi aplainado pelo assoreamento dos sedimentos marinhos. Há 80 mil anos, na última transgressão marinha pleistocênica, a elevação do nível do mar foi menos intensa (cerca de 8 metros acima do nível atual), não permitindo a ultrapassagem das barreiras formadas anteriormente. Neste evento, a laguna Mirim permaneceu isolada do mar, sem a ocorrência de ingressão marinha. O glacial Wiscosin, que ocorreu de 60 mil até há 16 mil anos, provocou um rebaixamento no nível do mar para – 100 metros. Neste evento houve o rompimento e erosão parcial da restinga, servindo de vertedor à laguna Mirim, onde hoje se encontra o Banhado do Taim e as lagoas Nicola e Jacaré. Já no Holoceno, onde as oscilações de nível do mar são restritas, a transgressão Flandriana atingiu seu máximo há seis mil anos, com o nível do mar elevando-se a 5 m acima do atual e havendo intrusão na laguna Mirim através do Taim. Ocorreram amplas deposições na margem litorânea, apesar de baixas, construindo feixes de restinga sobrepostos aos depósitos pleistocênicos, em linhas paralelas à costa, na direção sul.
Mangrulho da Lagoa Mirim


Este processo foi repetido durante as três próximas transgressões holocênicas. O crescimento dos feixes de restinga, para o sul, desviou o vertedor da laguna Mirim, no Taim, originando um longo canal de escoamento semilagunar. A continuação desse processo culminou com o fechamento da ligação da laguna com o mar, pelo Taim, originando a Lagoa Mirim, que permanece isolada até a atualidade. A Lagoa Mirim, auxiliada pelos fortes processos erosivos impostos
pela Lagoa dos Patos aos terraços pleistocênicos, acabou por estabelecer um canal de interligação, atualmente denominado de São Gonçalo, e que constitui, hoje, o exutório da Lagoa Mirim para a Lagoa dos Patos.”
Conforme o exposto no texto acima, a Lagoa Mirim já teve uma ligação com o mar e ela estava situada entre o Taim e o norte da Lagoa Mangueira.
Glossário:
Interglacial Yarmouth: Penúltima interglaciação ocorrida a 435.000 ap. O termo Yarmouth é relativo a uma região do estado norte americano de Yowa.

Pleistocênica: A época Pleistocena sucede a época Pliocena e precede a época Holocena, ambas de seu período. Divide-se nas idades Pleistocena Inferior, Pleistocena Média e Pleistocena Superior da mais antiga para a mais recente. Nesse período houve as variações mais drásticas de clima e temperatura.

Glacial Wiscosin: Última glaciação, ocorrida a cerca de 10.000 anos a.C
Holoceno: O Holoceno inicia-se com o fim da última era glacial principal, ou Idade do Gelo. Iniciou há cerca de 11.500 anos e se estende até o presente.

Flandriana (Transgressão Flandriana): Nesse período, ocorrido entre 4.000 a 5.000 anos AP. (antes do presente), o mar, num rápido avanço, em decorrência das mudanças climáticas ocorridas durante o glacial Würm e o princípio do degelo das calotas polares, trabalhou a parte superficial dos sedimentos continentais antes depositados, resultando na formação de uma camada de areias litorâneas transgressivas.
FONTE: Wikipédia

Aves da Bacia do Rio Jaguarão - Rotas e ameaças

Jaguarão e Rio Branco (ROU) estão numa região previlegiada. Em torno de 210 espécies de aves têm residencia fixa ou fazem de nossa região rota de seus deslocamentos migratórios; tanto as que vêm do sul do continente (Patagônia) ou do norte (EUA e Canadá).

 
1- Corredor leste; 2- Corredor Central; 3 - Corredor do Pacífico. FONTE: de Juana (1992); Canevar et all. (2001)
Na bacia do Rio Jaguarão, a avifauna sofre várias ameaças. Eis algumas:
  • Herbicidas;
  • Drenagens de banhados;
  • Derrubada da mata nativa e/ou ciliar em benefício de lavouras (arroz);
  • Comércio ilegal de aves entre Brasil e Uruguai. Espécies como Paroaria coronata (Cardeal) são caçadas e vendidas não só para os mercados do centro do país ( eixo Rio e São Paulo) mas também para a Europa e EUA;
  • A caça esportiva de espécies (principalmente Anatidae- Marrecas);
  • “Reflorestamentos” com eucalipto;
  • Espécies introduzidas (exóticas).
Apresentamos algumas soluções, que segundo nossos estudos, podem minimizar os problemas de nossa avifauna. São elas:
  • Manejo de culturas, respeitando o meio ambiente;
  • Manter refúgios silvestres para conservação da biodiversidade;
  • Regulamentação com bases técnicas atualizadas da caça e captura de exemplares vivos;
  • Permitir a continuidade dos ciclos naturais com menor contaminação possível;
  • Evitar introdução de espécies exóticas. Elas afetam as espécies nativas e a produção agrícola;
  • Estudo ambiental para obras que possam vir afetar o meio ambiente;
  • Incrementar campanhas de Educação Ambiental;
  • Fortalecimento de organismos de administração dos recursos naturais (Ibama, FZB, AVESURUGUAY e GUPECA);
  • Apoiar ONG ambientais;
  • Investigação científica priorizando às de nível local.
ROTA MIGRATÓRIA NAS AMÉRICAS

segunda-feira, 8 de novembro de 2010

Realizações do Instituto Meridionalis


O  Instituto Meridionalis de Estudos da Flora está realizando o primeiro estudo de riqueza e  variedade referente a arborização urbana da cidade de Jaguarão RS. Foram feitos levantamentos em avenidas, ruas e  praças. A fase de catalogação esta concluída. Esse projeto conta com a participação da Faculdade de Geografia da UFPEL (Universidade Federal de Pelotas) através da Prof.ª Drª  Rosangela Lurdes Spironello, Chefe de Departamento de Geografia Inst. De Ciências Humanas. Alunos dos cursos de Geografia e também de Biologia monitorados pela referida professora e também pelo  biólogo Hélio Ramirez, diretor do Instituto Meridionalis  fizeram o trabalho de campo (identificação das espécies) por um período de 1 ano e meio.
Os dados  coletados servirão de base para um livro a ser editado e também para futuros trabalhos.  Entre eles:
Decisões de manejo e plano diretor de arborização;
Criação de um Horto Municipal (já em processo de implementação, com participação direta das colegas de pesquisa,  acadêmica de geografia  Cristiane Tavares e acadêmica de Agronomia  Lillian Espindola.
Educação ambiental nas escolas do município.
Também participam  do projeto o biólogo Adriano Nunes Cardoso do SDRMA e o acadêmico de geografia e fotógrafo do grupo Ronaldo Ostermann
Participantes catalogando  as árvores numa das praças da cidade de Jaguarão RS - Brasil

 
Alunos dos cursos de Geografia e Biologia são instruídos sobre levantamentos de dados das árvores da zona urbana de Jaguarão,  pelos professores Rosangela Spironello (UFPEL) e Hélio Ramirez (Instituto Meridionalis)


E/Mail para contato:
AS FOTOS DESTA PÁGINAS SÃO DE RONALDO OSTERMANN

DEU NO JORNAL



Nosso blog, fica feliz em saber que o senador Paulo Paim,  mais uma vez reeleito,  propõem na Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) transformar nosso PAMPA em patrimônio nacional. Abaixo a matéria transcrita do Jornal Popular da cidade de Pelotas- RS do dia 19/07/2010.
Senado
Bioma pampa pode se tornar patrimônio nacional
Comissão de Constituição, Justiça e Cidadania (CCJ) tem uma pauta de cem itens para votar no dia 4 de agosto, entre eles, proposta do senador Paulo Paim (PT-RS) que inclui os pampas na lista dos biomas brasileiros. Na definição do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), bioma é o conjunto de espécies animais e vegetais que compartilham uma diversidade biológica própria.
A proposta também inclui, na mesma lista, o cerrado e a caatinga. O Senado já aprovou uma matéria tratando desses dois biomas. De autoria do senador Demóstenes Torres, a PEC 51/03 agora tramita na Câmara dos Deputados.
Desde que o Brasil sediou a Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente, a Eco-92, o respeito aos biomas vem ganhando espaço nas políticas públicas e estratégias de crescimento das empresas brasileiras, assim como nas campanhas realizadas por organizações não governamentais preocupadas com o meio ambiente. Na justificação de sua proposta, o senador Paulo Paim afirma que, só em 2003, com base na análise das diferentes vegetações, foram tecnicamente definidos os sete biomas nacionais. São eles: Amazônia, Cerrado, Mata Atlântica, Costeiro, Caatinga, Pantanal e Campos Sulinos (pampas).
FONTE: http://www.diariopopular.com.br/site/content/noticias/detalhe.php?id=6&noticia=23788

domingo, 7 de novembro de 2010

Pássaros da Bacia do Rio Jaguarão - Bioma Pampa

Mimus saturninus
Port.: Calandra; Esp.: Calandria Grande; Inglês: Chalk-browed Mockingbird.
Família: Mimidae
Tamanho: 25 cm
Vive em campos e áreas abertas com árvores e arbustos espalhados. Alimenta-se principalmente de insetos e frutos, mas sua dieta pode incluir minhocas, aranhas e flores




Vanellus chilensis
Port.: Quero-quero; Esp.: Tero; Inglês: Souther Lapwing
Família: Charadriidae

Tamanho: 37 cm
Ave símbolo do Rio Grande do Sul. Vive em regiões abertas, como campos e pastagens, sendo encontrado sempre no chão. Quando um observador aproxima-se, fica sobrevoando a área, às vezes em vôos rasantes sobre o intruso, emitindo estridente vocalização.
A alimentação é composta principalmente por insetos, que são capturados no solo. Ninhos pouco elaborados e construídos no chão. É característico da espécie a presença de esporões alaranjados no encontro das asas.

Pyrocephalus rubinus
Port.: Príncipe, Sangue-de-boi; Esp.: Churrinche; Inglês: Vermilion Flycatcher
Família: Tyrannidae
Tamanho: 13 cm
O Príncipe é uma das poucas espécies da família que possuem diferenças marcantes quanto à coloração da plumagem entre machos e fêmeas (dimorfismo sexual).
Habitam áreas abertas com árvores esparsas, capoeiras e campos. São migratórios, chegando em nossa região no início da primavera, para reprodução.
Alimentam-se de insetos, capturados em vôo ou no solo.
Seus ninhos (ver foto abaixo) são abertos, em forma de tigela achatada e compostos por raízes, capins, galhos, musgo, líquens e até fios de lã.


Filhote de Pyrocephalus rubinus

Ninho de Sangue-de-boi, numa Piriquiteira ( Schinus molle - Anacardiaceae)



Guira guira
Port.: Anu Branco, Urraca; Esp.: Pirincho; Inglês: Guira Cuckoo.
Família: Cuculidae
Tamanho: 38 cm
Habita as regiões abertas, como campos, capoeiras e vegetação de beira de estradas. É encontrada em bandos, que apresentam uma alta sociabilidade e um complexo sistema de comunicação entre seus componentes.
A alimentação é composta de insetos e pequenos vertebrados, como rãs e serpentes.


Otus choliba
Port. : Corujinha-do-mato; Esp.: Tamborcito común; Inglês: Tropical Screech-Owl
Família: Strigidae
Tamanho: 25 cm
Pequena coruja que durante o dia fica escondida junto a vegetação. Se alimenta principalmente de insetos.

Chauna torquata
Port.: Tachá; Esp.: Chajá; Inglês: Southewn Screamer
Família: Anhimidae
Tamanho: em torno de 70 cm
Habitante de áreas alagadas (banhados), onde construi o seu ninho. Possui um grito característico que serve de aviso a outros animais. Alimenta-se, principalmente, de folhas de plantas aquáticas, apanhadas enquanto caminha pelo brejo ou nas margens do mesmo.

 Macho de tachã sobre uma árvore seca num banhado

 Casal de tachãs pousados em vegetação próprias dos banhados do Rio Jaguarão e Lagoa Mirim.
Bubo virginianus
Port.: Jacurutu; Esp.: Ñacurutú; Inglês: Great Horned Owl
Família: Tytonidae
Tamanho: em torno de 50 cm
É a maior coruja das nossas matas. Habita bosques, florestas e matas ciliares. É predador de topo da cadeia alimentar. Suas principais presas são outras aves, principalmente filhotes de garças (Ardeidae) e Cabeça-seca (Ciconiidae). Coloca seus ovos nos ninhos de outras aves principalmente de caturrita ou no chão, entre capins (raramente). Este exemplares por mim fotografado é um juvenil.

Speotyto cunicularia
Port.: Coruja-do-campo; Esp.: Lechuza común; Inglês: Burrowing owl
Família: Strigidae
Tamanho: 26 cm

Ativa durante o dia. Habita campos abertos e é vista facilmente quando pousada em postes de cercas. Pode também ser observada em moirões e cupinzeiros. Faz seu ninho no chão aproveitando a toca de outros animais, ou os escava no solo com auxílio das patas e do bico (por isso também é chamada de coruja buraqueira). Insetívora por excelência, pode também consumir pequenos vertebrados como roedores e lagartos.  

sábado, 6 de novembro de 2010

Matas Ciliares

  O termo matas ciliares ou zona ripária é amplo e pode causar confusão, para designar matas de beira-rio ou matas beirantes. Ela está associada a qualquer tipo de vegetação vinculada à beira de rios.
   A palavra “ciliar” originada de cílio, significa proteção. Já “ripária” tem sua origem latina que quer dizer banco de areia ou de terra depositada junto a margem dos rios.
   Fitoecologicamente, trata-se da vegetação florestal às margens de cursos d’água, independente de sua área ou região de ocorrência e de sua composição florística. Neste sentido, o leque de abrangência do conceito de florestas ou matas ciliares é quase total, para o território brasileiro: já que elas ocorrem, de uma forma ou de outra, em todos os domínios morfoclimáticos e fitogeográficos do país (AB’ SABER, 2004).
    O processo de ocupação do território brasileiro de deu sem nenhum planejamento. As florestas, um bem que em épocas passadas acreditava-se inesgotáveis, foram gradatiivamente sendo destruídas (para aumentar as fronteiras agrícolas), num processo que começou no litoral (Sul e Sudeste) e hoje avança rapidamente para o Centro-Oeste e o Norte. Esse processo acarretou em vários problemas ambientais como extinção de várias espécies vegetais e animais, mudanças de clima, solos erodidos e assoreamento dos cursos d’água.
   As matas ciliares não escaparam a esse processo de destruição. Grande parte das cidades brasileiras foram construídas as margens de rios e isso ocasionou a destruição da vegetação ripária.
   Diferentes setores que fazem uso da terra, tem seu ponto de vista, bastante conflitante, diga-se de passagem, sobre as matas ciliares:

  Diferentes setores que fazem uso da terra, tem seu ponto de vista, bastante conflitante, diga-se de passagem, sobre as matas ciliares:
Sítios produtivos onde crescem árvores de valor comercial
Locais para implantar pastagem ou culturas agrícolas
Locais para projetos imobiliários
Para o pecuarista ela representa um obstáculo ao livre acesso do gado à água;
São as únicas alternativas para o traçado de estrada em regiões de topografia aci dentada;
Construção de barragens para o abastecimento d’água ou energia;
   Pela visão da hidrologia florestal, as matas ciliares ocupam, tanto em termos hidrológicos, geomorfológico e ecológicos, as áreas mais dinâmicas da paisagem. O conhecimento desses aspectos são de suma importância para a elaboração de um projeto de recuperação das matas ciliares.
   Por servirem de proteção aos cursos d’ águas – evitando o assoriamento- e por se constituírem, as vezes, nos únicos remanescentes florestais de um determinado lugar, abrigando espécies essenciais da fauna e também por evitar a contaminação com defensivos agrícolas , varias leis, decretos e resoluções existem no Brasil para proteger as matas ciliares.
O novo Código Florestal (Lei nº 4.777/65), que pode ser mudado, inclui as matas ciliares na categoria de áreas de preservação permanente. Sendo assim toda a vegetação natural (arbórea ou não)  situada ao redor de nascentes e de reservatórios; ao longo das margens dos rios tem que ser preservada.
Função das matas ciliares
Controle da erosão dos rios, evitando o assoreamento dos mesmos;
Minimizadora dos efeitos de enchentes;
Filtrar resíduos de produtos químicos (agrotóxicos e fertilizantes)
Manter a qualidade e a quantidade das águas;
Servir como “filtro” para plásticos, latas e etc que de outra maneira iriam parar nos cursos d’água;
Auxilia na proteção da fauna local.

Rio Jaguarão Parte 2ª

  Municípios da Bacia do Rio Jaguarão – Brasil
ü  Aceguá
ü  Bagé
ü  Candiota
ü  Herval
ü  Hulha Negra
ü  Jaguarão
ü  Pedras Altas
      Cidades da Bacia do Jaguarão – Uruguai
ü  Rio Branco – Departamento de Cerro Largo

      Afluentes do  Rio Jaguarão :
      Margem direita (lado uruguaio):
ü  Arroyo de las  Cañas;
ü  Arroyo de Sarandí de Barceló;
ü  Cañada  de las barrancas;
ü  Cañada de las  Cachimbas;
ü  Cañada de Pajas;
ü  Cañada de la Cascada;
ü  Cañada Talavera;
ü  Cañada de los Ceibos;
ü  Sajón de Mendes. 

      Margem esquerda (lado brasileiro):
ü  Arroio Salsinho;
ü  Arroio Candiota;
ü  Arroio Candiotinha;
ü  Arroio da Mina ou da Divisa;
ü  Arroio Jaguarão Chico,ou Guabiju;
ü  Arroio Butiá;
ü  Arroio do Bote;
ü  Arroio Sarandizinho;
ü  Arroio Camboatá;
ü  Arroio Barreiros
ü  Arroio Carioca;
ü  Arroio do Meio
ü  Arroio do Telho;
ü  Arroio dos Lagões;
ü  Arroio do Quartel-Mestre
                                      Foz do Rio Jaguarão RS
                               Rio Jaguarão visto da foz do Arroio Telho - lado brasileiro

 Pescador artesanal  em direção a foz do Rio Jaguarão