sábado, 13 de novembro de 2010

Espécies Exóticas


As espécies exóticas são, hoje em dia, a segunda causa da perda da diversidade biológica do planeta (a primeira é a destruição de habitats feita pelo homem). Isso causa aos países problemas ambientais, econômicos e sociais.
De acordo com 2ª Convenção Internacional sobre a Diversidade Biológica define-se espécie exótica como uma espécie fora de sua área de ocorrência; já espécie exótica invasora é definida como uma espécie que ameaça ecossistemas, habitats ou espécies. Segundo a pesquisadora Sílvia Ziller, do Instituto Hórus, espécies exóticas invasoras não apenas sobrevivem e se adaptam ao novo meio, mas passam a exercer processos de dominância sobre a biodiversidade nativa. Alteram características naturais e o funcionamento de processos ecológicos, incorrendo em quebra de resiliência de ecossistemas naturais, redução de populações de espécies nativas e perda efetiva de biodiversidade.
O grande problema das espécies exóticas invasoras é que não tendo predadores, para limitar sua população, elas se expandem afetando o ambiente, a saúde e a economia. “Os métodos de controle e erradicação variam de acordo com cada espécie e precisam envolver princípios éticos, afinal as espécies não têm culpa de estar num ambiente fora de casa”, diz Sílvia Ziller
Segundo o Secretariado de Convenção sobre Diversidade Biológica, as espécies exóticas invasoras já contribuíram, desde 1.600 com 36% dos animais extintos.
O modelo globalizado do mundo (por exemplo: meios de transportes mais rápidos) de hoje favorece a que espécies exóticas se propaguem por todos os lugares, transformando-se num fenômeno a nível mundial.
Vejamos alguns que estão presentes na bacia do Rio Jaguarão e Lagoa Mirim:
Mexilhão Dourado
Nome científico: Limnoperna fortunei
O uso de água armazenada nos grandes navios marítimos para obter maior estabilidade, ajudar na propulsão e em manobras, a chamada “água de lastro”, é o principal meio de introdução de organismos marinhos em ambientes aquáticos, tanto marinhos como de água doce. Em todo o mundo são transferidas anualmente cerca de 12 bilhões de toneladas de “água de lastro”, que transportam aproximadamente 4.500 espécies diferentes. No Brasil, aproximadamente 95% de todo o comércio exterior é feito por via marítima e estima-se que 40.000 navios visitem os portos brasileiros anualmente, deslastrando 40 milhões de toneladas de água por ano (Silva & Souza, 2004). Pela “água de lastro” a espécie de bivalve de água doce Limnoperna fortunei (Dunker, 1857) foi introduzida no estuário do rio da Prata, em 1991, provavelmente trazido por navios da Coréia e Hong Kong (Pastorino et al., 1993).
(Extraído do Doc. 64, de dezembro de 2004 - EMBRAPA
Área de ocorrências do mexilhão dourado no Brasil  (fonte:www.mma.gov.br/aguadelastro)

O mexilhão-dourado mata o junco (Scirpus californicus) envolvendo a raíz e apodrescendo a planta. Também ataca aguapés. Mata por sufocamento moluscos nativos como Pomacea canaliculata (caramujo). Desde de sua invasão na Bacia do Prata, a densa colonização de Limnoperna fortunei em subtratos duros modificou a presença e abundância de vária espécies nativas de macroinvertebrados, homogenizou o habitat e alterou a dieta de peixes mudando totalmente a dieta, dos mesmos, devido à introdução do molusco. A invasão pelo mexilhão dourado altera rapidamente as comunidades bentônicas, favorecendo assim o assentamento de outras espécies com potencial invasor.

 Mexilhão dourado fotografado pelo autor na foz do Rio Jaguarão /Rs


Javalí
Nome Científico: Sus scrofa scrofaFamília: Suidae
Origem: Continente Africano
Palavra de origem árabe, "djabali", significando porco montanhês. Na Argentina foi introduzido em 1914 e 1916 por Pedro Luro na estância San Huberto, província de La Pampa.


Em nossa região causa grandes problemas em lavouras de arroz. Segundo notícia vinculada na Folha do Estado de São Paulo, do dia 16/maio/2005, pesquisadores do Inst. Hórus acreditam que a invasão desse animal no Rio Grande do Sul, deu-se, em 1989, pelo Rio Jaguarão, durante uma grande estiagem.

Um comentário: